postado em 30/04/2008 21:38
A reunião desta quarta-feira (30/04) da CPI dos Cemitérios foi marcada por mais uma denúncia. Desta vez, foi o presidente da Organização Social dos Jardineiros dos Cemitérios do Distrito Federal, Cícero de Jesus Melo, que levantou uma polêmica. Segundo ele, o Campo da Esperança (Plano Piloto) tinha quatro ou cinco poços artesianos, de onde eram retiradas as águas utilizadas para a manutenção do local.
O depoente disse também que a existência dos poços chegou a ser denunciada à Agência Reguladora de Águas e Saneamento (Adasa), que teria lacrado as cisternas por duas vezes. O deputado distrital José Antônio Reguffe (PDT), membro da CPI, apresentou a comissão cópia de documento assinado em 2002 em que a Organização dos Jardineiros foi autorizada pela empresa administradora dos cemitérios a fazer a manutenção dos túmulos, com a condição de se responsabilizar pelo pagamento das contas de água, junto a Caesb.
Reguffe criticou o fato de a organização não ter pagado nenhuma conta de água nos últimos seis anos. De acordo com o parlamentar, a dívida do grupo alcançou a cifra de R$ 3,1 milhões com a Caesb. Relator da CPI, o deputado Júnior Brunelli (DEM) sugeriu que o governo anistie a dívida dos jardineiros. Para isso, ele destacou que basta o governo mandar um projeto de lei para Câmara, assim como ocorre nos casos em que o Estado perdoa dívidas em impostos de empresários.
A petista Erika Kokay (PT), no entanto, considera a proposta injustificável. Ela sugere que há ingerência política na permissão que os jardineiros possuem para utilizar água mesmo sem pagarem a dívida com a Caesb. ;É uma relação de promiscuidade que precisa ser apurada;, acrescenta.