postado em 02/05/2008 14:43
A Executiva Nacional do PDT vai convocar uma reunião extraordinária, na próxima semana, para discutir as denúncias que envolvem o nome do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP). O presidente nacional da legenda, deputado Vieira da Cunha (RS), disse que Paulinho será chamado a prestar esclarecimentos e também poderá ser aprovada uma decisão para requisitar informações ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal (PF).
"É evidente que há uma situação incômoda de ter um integrante do partido, como o deputado Paulo Pereira, que é uma liderança de destaque, com o nome envolvido em denúncias algo muito desagradável e incômodo", disse Vieira da Cunha, que nos últimos dias busca informações sobre a Operação Santa Tereza.
O nome de Paulinho foi citado em relatórios da Polícia Federal durante as investigações da Operação Santa Tereza, que apura desvios de parte dos empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na relação de detidos pela PF está o advogado Ricardo Tosto --que já foi solto--, integrante do conselho do BNDES por indicação da Força Sindical. Para a polícia, o BNDES concedia empréstimos por meio da influência política de Paulinho e de Tosto.
Estranheza
Vieira da Cunha disse ter causada "estranheza" o fato de o ministro Tarso Genro (Justiça) negar que a operação tenha investigado parlamentares, enquanto há denúncias sendo publicadas na imprensa atribuídas à Polícia Federal e a reação do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que reclamou de ações efetuadas na área da Casa.
"Nos chama a atenção e causa estranheza o ministro Tarso Genro negar que deputados tenham sido investigados e ao mesmo tempo serão publicadas informações atribuídas à polícia. Queremos esclarecimentos sobre o que de fato ocorre", disse Vieira da Cunha.
O presidente do PDT disse que a reunião da executiva será fundamental para esclarecer parte das dúvidas e ouvir as explicações de Paulinho. "Tenho certeza que o deputado Paulo Pereira vai querer falar sobre o assunto e nós estamos dispostos a ouvi-lo", afirmou ele.
Paulinho nega as acusações e tem apoio do ministro Carlos Lupi (Trabalho), ex-presidente nacional do PDT. Lupi pediu ontem cautela no tratamento das denúncias e comparou-as a um "tribunal de inquisição" e ao que ocorria no período da ditadura militar no Brasil.