postado em 04/05/2008 21:07
Brasília - Depois de passar dez dias no exterior e desembarcar em Brasília na véspera do feriado de primeiro de maio, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, volta aos holofotes do caso dossiê. Na quarta-feira, Dilma será ouvida pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado.
O depoimento de Dilma ocorre depois de uma operação desencadeada pelo governo de descriminalização do dossiê. De forma sincronizada, o Ministério da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência divulgaram a versão de que os gastos de Fernando Henrique não estavam protegidos por sigilo e, portanto, que não haveria crime em reuni-los e divulgá-los.
Na semana passada, o delegado da Polícia Federal responsável pelo inquérito que investiga o caso, Sérgio Menezes, recebeu ofício do GSI no qual o ministro da pasta, Jorge Félix, informa que os dados contidos no dossiê não eram sigilosos.
No ofício, Félix argumenta que, em tese, o vazamento do dossiê não configuraria crime, já que os dados não seriam secretos. Por sua vez, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que nem a montagem do dossiê seria crime. "Fazer coletânea de dados para fins lícitos não é crime nem aqui nem no Japão ou qualquer lugar do mundo", disse na ocasião.
Oficialmente, Dilma foi convocada para falar na comissão das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas os senadores de oposição avisaram que vão aproveitar a ocasião para questionar a ministra sobre a sua suposta participação na elaboração e no vazamento do dossiê.
O requerimento de convocação de Dilma Rousseff, de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), foi aprovado na comissão no último dia 3 de abril, num momento de cochilo da base aliada, que não tinha na reunião nenhum representante.
No dia 15 de abril, a mesma comissão aprovou um novo requerimento convocando Dilma Rousseff para uma audiência pública, desta vez para falar especificamente sobre o dossiê. A data dessa audiência, entretanto, ainda não foi marcada.