postado em 05/05/2008 17:40
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta segunda-feira (05/05) esperar que o depoimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Comissão de Infra-Estrutura da Casa nesta quarta-feira não se transforme num palco de disputa entre governo e oposição. O senador considerou legítimo, porém, que parlamentares do DEM e PSDB aproveitem a presença da ministra para questioná-la sobre o dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"A ministra será ouvida necessariamente pela Comissão de Infra-Estrutura, mas há possibilidade de que se estenda sua audiência a perguntas vinculadas aos cartões corporativos. Mas eu não acredito em ocorrência na sessão que cause agressões à ministra ou qualquer tumulto ou anormalidade", afirmou. Apesar dos apelos de Garibaldi, a oposição promete endurecer o tom sobre Dilma para que a ministra explique o dossiê anti-FHC. "Elegância não pode se confundir com fiasco. Seremos elegantes, mas duros se for necessário", afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Segundo o parlamentar, a oposição quer respostas diretas de Dilma sobre a montagem do dossiê. O tucano disse esperar que o governo não encontre um "bode expiatório" para assumir a responsabilidade sobre o dossiê com o objetivo de isentar a ministra de culpa no episódio - uma vez que o Palácio do Planalto se articula para responsabilizar a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, pela operação dossiê.
"Sempre a corda arrebenta para o lado mais fraco e o governo procura um bode expiatório. A Erenice atua sob o comando da ministra Dilma. Se a ministra não for responsável, tem que se responsabilizar quem foi, mas o Palácio do Planalto não é casa de Irene, alguém sempre dá ordem."
CPI dos Cartões
Garibaldi disse não acreditar que o depoimento da ministra à comissão dê um fim às investigações sobre o dossiê nem no que diz respeito ao mau uso dos cartões corporativos pelo governo federal. "Eu acho que os esclarecimentos prestados vão contribuir para que a CPI [dos Cartões Corporativos] possa deslanchar e ter seu curso desenvolvido. Mas encerrar mesmo as investigações cabe à CPI", afirmou.
Dias também afirmou que prefere esperar a conclusão das investigações da Polícia Federal sobre o dossiê antes de tirar conclusões a respeito do episódio. "Eu prefiro aguardar a Polícia Federal, que tem independência."