postado em 06/05/2008 16:58
Integrantes da CPI mista dos Cartões divulgaram nesta terça-feira suspeitas de tráfico de influência com o cartão corporativo. Em um dos casos, um servidor do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (UnB) teria feito compras numa empresa da qual é um dos donos.
Raimundo Luiz da Silva é sócio da Gilvana Elétrica LTDA, empresa sediada em Brasília. Entre 27 de abril e 19 de setembro de 2006, ele sacou R$ 17.700,00 com o cartão corporativo para despesas no hospital da UnB. Em entrevista coletiva, os deputados Índio da Costa (DEM-RJ) e Carlos Sampaio (PSDB-SP) levantaram a suspeita de que ele possa ter usado parte desse dinheiro na própria empresa.
O Correio procurou Raimundo. Por telefone, ele admitiu ter feito compras na Gilvana Elétrica com dinheiro retirado na boca do caixa. Mas alegou que os valores são pequenos e que não houve irregularidade. "Houve compra na Gilvana, mas foi besteirinha, algo como uma torneira. São materiais de urgência para o hospital. Foi tudo transparente, não fiz nada errado", afirmou. O servidor disse que não terá problemas em depor na CPI dos Cartões. "Não tenho medo", disse ele, que ocupa o cargo de agente administrativo do hospital.
A CPI chegou à sua empresa ao descobrir que uma funcionária da Presidência da República, no caso Ariene Menezes, gastou R$ 250,00 no local em 16 de outubro de 2006. Analisando as despesas de Raimundo, percebeu que ele fez inúmeros saques no mesmo período e que, por isso, poderia ter usado o dinheiro na Gilvana.