postado em 07/05/2008 18:21
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a negar, em depoimento no Senado nesta quarta-feira, a elaboração de um dossiê com gastos corporativos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) com objetivo de alimentar a disputa polÃtica com a oposição.
Ela sustentou, durante as quase oito horas de audiência na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, que a Casa Civil compila, num banco de dados, informações com gastos desde 1998. E rejeitou a tese de que teria dado a ordem para elaborar um dossiê com gastos de FHC e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. ;Não aceito essa história de que eu dei a ordem para fazer o dossiê. Não aceitamos. O que a Casa Civil fez foi um banco de dados;, disse a ministra.
Dilma Rousseff classificou o vazamento dos dados como um crime que deve ser punido. ;Nós consideramos que foram vazadas informações privativas da Casa Civil. Está sob investigação quem vazou. Não há dossiê. Nós temos que investigar quem vazou. É indevido o vazamento;, afirmou.
A ministra demonstrou ser favorável a tese de divulgar os dados sigilosos da Presidência da República após um perÃodo de maturação. ;Eu não vejo nenhum problema em divulgação, em determinado momento, dos dados que antes são considerados sigilosos. Acho que vai ser aprimoramento nosso procurar divulgar esses dados. Isso é questão do Gabinete de Segurança Institucional, mas defendo que com a passagem do tempo, ao não comprometer mais a segurança, eles sejam divulgados;, afirmou.
Alguns dados da Presidência, sobretudo que dizem respeito à segurança do presidente, são carimbados como sigilosos e não podem ser divulgados. Uma das propostas que começa a tomar corpo na CPI dos Cartões Corporativos é a divulgação dos dados do mandato quatro anos após seu fim.
;Para ser considerado sigiloso, tem que ter carimbo. Nós classificamos os nossos documentos como reservados porque um decreto obriga isso. O decreto, no entanto, é de 2002. Antes disso, não há nada. E nós, por cautela, passamos a considerar os dados anterior da mesma maneira. O Gabinete de Segurança Institucional, perguntado sobre esse segredo, disse que esses dados eram sigilosos na época deles, mas hoje não;.
O assunto dossiê, no entanto, não pautou a maior parte do depoimento da chefe da Casa Civil. Os senadores governistas e a maioria da oposição preferiram limitar o debate ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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