Politica

Mulher de Paulinho abre sigilo bancário de entidade suspeita

ONG presidida pela esposa do deputado recebeu R$ 1,328 milhão do BNDES

postado em 09/05/2008 18:07
A mulher do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, Elza de Fátima Costa Pereira, afirmou nesta sexta-feira que vai abrir o sigilo bancário do projeto Meu Guri. A ONG, ligada à Força Sindical, é presidida por ela. A instituição, que recebeu R$ 1,328 milhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é acusada de receber R$ 37,5 mil do conselheiro do banco estatal João Pedro Moura, preso pela Polícia Federal e apontado pela Procuradoria da República como o principal responsável por um esquema de desvio de verbas do BNDES desmantelado pela PF na Operação Santa Teresa. Durante entrevista coletiva na sede da ONG, Elza assinou um documento em que abre o sigilo bancário do projeto. "Todo o investimento foi auditado pelo BNDES", afirmou. "O Meu Guri não tem nada a esconder." Segundo o advogado da Força Sindical, Antônio Rosella, não houve ilegalidade na doação de Moura. Ele disse que o conselheiro doou à ONG um apartamento no bairro da Aclimação avaliado em R$ 100 mil. O imóvel deveria ser vendido e o dinheiro investido na ONG. Mas como o conselheiro tinha "problemas com o nome dele", a instituição não conseguiu vender o apartamento, que acumulava cerca de R$ 40 mil reais em dívidas "com impostos e condomínio". Rosella diz que a ONG devolveu o imóvel a Moura, que decidiu fazer um depósito na conta da entidade no valor de R$ 37,5 mil. O advogado não soube dizer se esse dinheiro teve origem ilegal. "O que o João Pedro fez eu não posso dizer por ele", afirmou. Paulinho afirmou na mesma coletiva que Moura nunca foi seu assessor pessoal e que não o indicou para o conselho do BNDES. "Ele não era meu assessor. A empresa dele tem um contrato com a Força [Sindical] Estadual", disse. Ele também negou que tenha indicado Moura para integrar o conselho do banco. "Quem indicou foi a Força Sindical, não eu".

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