postado em 12/05/2008 08:39
Grampos federais que pegam o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, intrigam os investigadores que participam da Operação Santa Tereza, uma missão conjunta da Polícia Federal com a Procuradoria da República, que apura suposto esquema de fraudes com recursos desviados do BNDES.
São ligações telefônicas, que a PF interceptou com autorização judicial, nas quais o parlamentar fala com o coronel da Polícia Militar Wilson de Barros Consani Júnior. Suposto operador do esquema e importante personagem nos bastidores do PDT e da Força Sindical, Consani é homem de confiança e araponga de Paulinho.
As escutas mostram que, nos telefonemas, eles conversam sobre um certo ;serviço; do qual Paulinho teria se arrependido, mas não chegam a comentar detalhes do assunto, nem a natureza do tal trabalho. A PF interrogou o coronel em 24 de abril, data em que ele foi capturado. Ao ser indagado sobre o ;serviço; para o deputado, Consani se esquivou e disse apenas que não se lembrava de que haviam falado. Paulinho caiu no grampo muitas vezes porque fez contato ou foi chamado pelo telefone por alguns acusados da Santa Tereza, entre eles o coronel. As conversas foram gravadas pelos federais no auge da operação, entre os meses de março e abril.
Conselho de Ética
O deputado disse ontem que espera ;uma investigação mais rápida possível; por parte da Câmara dos Deputados e garantiu que não tem objeção se seu caso for apurado diretamente pelo Conselho de Ética.
;Sou o maior interessado em esclarecer tudo. Não tenho opção pela corregedoria ou pelo conselho. Eu disse no plenário que queria ser investigado. Seja onde for, vou esclarecer que não tenho qualquer envolvimento em qualquer problema, tanto que abri meu sigilo bancário, fiscal e telefônico. Estou tranqüilo;, afirmou.