Politica

Assessor de tucano depõe à PF sobre vazamento de dossiê

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postado em 12/05/2008 18:15
O servidor André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presta depoimento a portas fechadas nesta segunda-feira à Polícia Federal para explicar como recebeu do Palácio do Planalto o dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O funcionário teria recebido o material, por e-mail, do secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires. Fernandes está sendo ouvido pelo delegado responsável pelo inquérito do dossiê, Sérgio Menezes, na Superintendência da PF em Brasília. O delegado já mostrou a intenção de também ouvir Aparecido antes da conclusão das investigações, que foram prorrogadas por 60 dias. Aparecido é militante histórico do PT. Foi levado para a Casa Civil por José Dirceu, o antecessor de Dilma. Segundo reportagem da Folha, tanto a PF como a sindicância interna instalada na Casa Civil têm provas de que foi anexada em um dos e-mails trocados entre Fernandes e Aparecido, datado de 20 de fevereiro, a planilha em Excel de 28 páginas com gastos editados e comentados de FHC, Ruth Cardoso e ex-ministros. Na semana anterior ao vazamento, havia sido iniciada a montagem do dossiê por ordem de Erenice Alves Guerra, secretária-executiva da Casa Civil. Depoimento Fernandes se colocou à disposição da CPI dos Cartões Corporativos para prestar depoimento nesta quarta-feira. Dias disse que seu funcionário quer esclarecer tudo o que for necessário, uma vez que o senador não considera crime receber um documento sigiloso elaborado pelo Palácio do Planalto. O tucano disse que não cometeu nenhuma irregularidade ao repassar o dossiê à imprensa depois de recebê-lo de seu assessor. "O vazamento ocorre na origem, lá no Palácio do Planalto, não aqui no destino. Me considero alguém que denuncia o crime, a falcatrua. Adotei a forma mais adequada para a denúncia, cabe a mim decidir como denunciar", afirmou o tucano. Dias disse que "uma coisa é divulgar o dossiê, outra é vazá-lo" - já que o documento foi elaborado pelo governo antes de ser encaminhado ao seu gabinete. O senador considera, porém, que Aparecido é apenas uma parte da estrutura montada pelo Palácio do Planalto para que o dossiê anti-FHC fosse elaborado politicamente para atingir o ex-presidente.

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