postado em 13/05/2008 12:23
Os deputados distritais da CPI dos Cemitérios estiveram na manhã desta terça-feira (13/05) no Hospital Regional de Ceilândia. A unidade foi escolhida para mais uma blitz da CPI. Os parlamentares encontraram indícios de irregularidades que vão ser apurados no âmbito da comissão de inquérito.
Um deles é a acomodação de um corpo em estado de putrefação - que estaria guardado há mais de um ano - em uma das gavetas da área de anatomia. A administração do hospital explicou que a liberação depende de uma autorizaçao judicial, já que trata-se do corpo de um indigente.
Durante a inspeção os parlamentares conversaram com um dos servidores responsáveis pela manutenção do setor. O funcionário afirmou que em diferentes oportunidades foi assediado por donos de funerárias a indicar as empresas em troca de dinheiro. O valor oferecido variava entre R$ 50 e R$ 100.
Os políticos requisitaram os livros de registro de entrada e saída dos corpos no hospital. A CPI pediu os documentos para checar se existe uma coincidência entre os funcionários de plantão e as funerárias para as quais são enviados os corpos do Hospital de Ceilândia.
A primeira impressão dos distritais foi de completa desorganização do material. "Isso demonstra, no mínimo, negligência", avaliou o presidente da CPI dos Cemitérios, Rogério Ulysses (PSB).
Os deputados entraram na área de anatomia para realizar a blitz de luvas cirúrgicas e máscaras, compradas especialmente para a ocasião. A decisão de comprar o material surgiu depois da última visita do tipo que os distritais fizeram. Eles acharam vísceras humanas guardadas em um saco de plástico aberto e exposto na sala onde se preparam os corpos para enterro.