Politica

CPI convoca secretário da Casa Civil e assessor de tucano para explicar dossiê

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postado em 13/05/2008 12:30
A CPI dos Cartões Corporativos aprovou nesta terça-feira (13/05) o requerimento de convocação do secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e do assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Fernandes. Aparecido é acusado de vazar o dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Fernandes é acusado de receber de Aparecido o dossiê com gastos da gestão FHC.

A base aliada do governo decidiu apoiar o depoimento do secretário porque avalia que não será possível "blindá-lo" depois que o ITI (Instituto de Tecnologia da Informação) --vinculado à Casa Civil-- identificou que o vazamento saiu do computador do servidor.

"Seria muito ruim para a CPI concluir seu trabalho sem explicar esse fato. Não podemos proteger nem perseguir ninguém", disse o relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

A pedido do relator, a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), prometeu marcar os depoimentos de Aparecido e Fernandes após a comissão receber cópias da íntegra dos depoimentos concedidos pelos dois servidores à Polícia Federal --no inquérito que investiga o dossiê. "Vamos fazer a solicitação à PF hoje, agora. Se puder nos entregar isso amanhã, marco os depoimentos nesta quinta-feira", afirmou a senadora.

Os governistas reivindicam que Aparecido e Fernandes prestem depoimento no mesmo dia à CPI para evitar privilégios a um dos dois. "O ideal é que o depoimento de ambos seja no mesmo dia, para que não usem argumentos que foram privilegiados ou tiveram mais tempo para se preparar. Mas o ideal é que tenhamos isso o mais rápido possível, sem a necessidade de prorrogar a CPI porque a sociedade cobra proposta da CPI para moralizar essa situação", defendeu Sérgio.

A estratégia dos governistas é apoiar o depoimento de Aparecido para evitar que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) seja novamente convocada para prestar esclarecimentos à CPI. A base aliada está disposta a evitar a qualquer custo a convocação de Dilma, uma vez que tem maior número de parlamentares na comissão.

A oposição, por sua vez, insiste na convocação da ministra para desgastá-la politicamente. Os oposicionistas consideram que Dilma foi a responsável por mandar confeccionar o dossiê --o que teria sido executado pela secretária-executiva do órgão, Erenice Guerra.

Sem número de deputados e senadores suficiente para aprovar a convocação de Dilma, a oposição vai tentar convocá-la amanhã para prestar depoimento na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) --onde governo e oposição tem maior correlação de forças.

Acareação

Os governistas também não descartam uma acareação entre Aparecido e Fernandes para esclarecer detalhes sobre o vazamento do dossiê. O deputado Carlos Willian (PTC-MG) prometeu apresentar requerimento com o pedido de acareação entre os dois acusados do vazamento.

O deputado criticou, no entanto, a condução dos trabalhos da CPI --que na sua opinião age de acordo com os rumos das denúncias divulgadas pela imprensa. "Essa CPI tem que retomar o rumo porque não somos corpo de bombeiros para ficar aqui apagando incêndio", enfatizou.

Serrano rebateu as críticas à condução dos trabalhos da CPI. "Nenhum parlamentar sairá menor desta comissão", enfatizou.

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