Politica

CPI poupa Dilma e Erenice de explicações sobre dossiê

Membros da comissão vão esperar depoimentos dos acusados de participação no vazamento de informações para decidir se convocam ministra-chefe da Casa Civil e secretária-executiva

postado em 13/05/2008 16:47
A CPI dos Cartões Corporativos vai esperar os depoimentos dos acusados de participação no vazamento do dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para decidir se convocará a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e a secretária-executiva da pasta, Erenice Guerra, a prestarem depoimento. A comissão encerrou os trabalhos nesta terça-feira sem discutir a convocação da ministra, embora os governistas já tenham adiantado que vão impedir que Dilma preste depoimento à CPI. A comissão aprovou, apenas, as convocações do secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e do assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Fernandes. Aparecido é acusado de vazar o dossiê para Fernandes, por e-mail, de seu computador de trabalho na Casa Civil. "Acho que primeiro temos que ouvir os dois. Se ficar verificado que a ministra mandou fazer o dossiê ou que elas têm culpa, na mesma hora eu coloco os requerimentos para votar. Agora nós já temos um personagem que vai nos garantir quem foi que mandou [fazer o dossiê]. Então, não pode mais depois disso não votar o requerimento", disse a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). O relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), reiterou ser contrário à convocação da ministra ou da secretária-executiva da Casa Civil para explicarem a montagem do dossiê. "Não há nada que justifique a convocação da ministra Dilma nem da Erenice", enfatizou. Sérgio negou, no entanto, que o governo tenha "abandonado" Aparecido ao concordar com a sua convocação, ao contrário da postura adotada perante Dilma e Erenice. "Não se trata de ser abandonado. Seria muito ruim para a sociedade se esse fato não fosse esclarecido. A presença dos dois é fundamental para isso", afirmou. Questionado sobre uma eventual acareação entre Aparecido e Fernandes, o relator disse que ela será necessária somente se os dois acusados do vazamento do dossiê apresentarem versões distintas do fato à comissão. "A acareação só se faz necessária quando há muitas divergências nos depoimentos", disse. Prorrogação Serrano não descarta prorrogar os trabalhos da CPI por mais 30 dias para que as investigações sobre o dossiê sejam detalhadas, uma vez que as atividades da comissão estão previstas para terminarem no início de junho. A senadora disse, porém, que vai esperar o "andamento dos trabalhos" da comissão antes de decidir sobre a necessidade de prorrogação. "Vou precisar ouvir todos os questionamentos. É claro e evidente que, se tiverem novas pessoas para serem ouvidas, nós vamos pedir pelo menos 30 dias de prorrogação", afirmou a senadora. Sérgio disse ser contrário à prorrogação dos trabalhos e manteve a sua previsão de entregar o relatório final da CPI no dia 27 de maio. Na opinião do relator, as investigações estão sendo "muito bem conduzidas" até aqui - o que não justifica que a comissão prorrogue os seus trabalhos.

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