Jornal Correio Braziliense

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PF não consegue ouvir 'vazador' do dossiê e pode atrasar CPI

PF não ouviu José Aparecido porque não conseguiu encontrá-lo em casa para entregar a intimação do depoimento

A Polícia Federal ouviu nesta terça-feira mais um servidor da Casa Civil no inquérito que apura o vazamento de informações que deu origem ao dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A PF afirma que ainda não ouviu o secretário de controle interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, acusado de vazar o dossiê para André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Segundo a PF, o delegado Sérgio Menezes, responsável pelo inquérito do dossiê, não ouviu o secretário da Casa Civil porque não conseguiu encontrá-lo em casa para entregar a intimação do depoimento. Aparecido deixou o cargo depois que o Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), que realizou perícia nos computadores da Casa Civil, revelou que o vazamento ocorreu do terminal do secretário. A demora no depoimento de Aparecido à PF pode atrasar os trabalhos da CPI dos Cartões Corporativos. A comissão marcou para quinta-feira os depoimentos dos acusados de envolvimento no dossiê, mas contava que receberia as íntegras dos depoimentos prestados por Aparecido e Fernandes à PF. Como o secretário ainda não foi ouvido por Menezes, a Justiça Federal só encaminhará os depoimentos à CPI depois que a PF localizar Aparecido. Fernandes, por sua vez, prestou depoimento à PF nesta segunda-feira por mais de três horas para explicar como recebeu o dossiê encaminhado por Aparecido. O delegado manteve em sigilo o nome do servidor ouvido nesta terça-feira, uma vez que o inquérito corre em segredo de Justiça.