Jornal Correio Braziliense

Politica

PT de Minas decide sobre aliança com Aécio

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Pressionado por 141 diretórios municipais, o diretório estadual do PT de Minas vai decidir nesta quinta-feira (15/05) se aceita ou não a aliança aprovada pelo PT de Belo Horizonte com o PSDB e o PPS. Esses diretórios do interior exercem pressão indireta porque também querem se aliar aos partidos considerados fora do arco de alianças petistas. Os 141 municípios representam 52% dos 267 diretórios municipais que informaram ao PT estadual sobre as alianças que pretendem fazer, conforme dados da Secretaria de Organização do partido. Eles pretenderem se aliar a PSDB (em 63 municípios), PPS (em 34) ou DEM (em 44). Essas siglas são as principais da oposição ao governo Lula, motivo de a direção nacional do PT ter emitido em março resolução determinando que as "alianças preferenciais" são com PC do B, PDT, PSB, além do PMDB e "todos os partidos da base aliada ao governo". "Eventuais alianças com partidos de fora da base de apoio ao governo Lula devem ser tratadas como exceções, debatidas e deliberadas em encontro municipal, referendadas pelas executivas estaduais, cabendo recurso à direção nacional", diz a resolução nacional. Em Belo Horizonte, o prefeito Fernando Pimentel (PT) quer se aliar ao PSDB do governador Aécio Neves e ao PPS em torno da candidatura do secretário do governo de Minas Márcio Lacerda (PSB) à prefeitura. Para o secretário de Organização do PT mineiro, Carlos Magno, o fato de 141 cidades quererem se aliar aos partidos que estão na oposição ao governo Lula na Câmara dificulta o veto à questão da capital mineira, para a qual a Executiva Nacional emitiu resolução específica impedindo a coalizão. "Há um constrangimento de quem vai votar. Como aprovar a aliança na sua cidade e na cidade vizinha e vetar em Belo Horizonte?", indaga Magno. A decisão do PT estadual pode determinar o voto da Executiva Nacional do partido. Se rejeitada a aliança, o veto da Executiva ganha força. Se aprovada, não será mais apenas o PT-BH a ir contra a Executiva. O presidente Lula já deu declarações favoráveis à aliança. Quem é contra, como os filiados da esquerda petista e os aliados do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), dizem que o partido corre o risco de rachar. Esse grupo esteve anteontem em Brasília para pedir que a Executiva mantenha o veto, caso o PT-MG aprove a aliança. O presidente do PT mineiro, deputado estadual Reginaldo Lopes, diz que a decisão será "apertada", mas o grupo de Pimentel já contabiliza mais de 50% dos votos dos 60 membros do diretório a favor.