O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, sinalizou nesta quinta-feira que os ex-ministros e deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Paulo Renato Souza (PSDB-SP) podem ser cobrados para a devolução aos cofres públicos o que gastaram utilizando contas do tipo "B".
"Mesmo antes do cartão com suprimento de fundo, despesas da ordem de alimentação de ministro nunca pôde. Nem massagem nem refeição nem alimento para cozinha de ministério. Isso nunca pôde", afirmou Hage, que participou de um seminário sobre transparência de contas públicas no Senado.
Paulo Renato é acusado de ter utilizado recursos públicos por meio das "contas B" para pagar despesas pessoais --incluindo a hospedagem de sua atual mulher em hotéis do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O deputado negou o uso indevido.
O deputado admite que, entre 1997 e 1998, realizou compras de produtos alimentícios em supermercados com a verba de suprimentos porque almoçava no próprio ministério durante audiências de trabalho --onde uma cozinheira do governo preparava as refeições. Mas disse ter interrompido as compras em 1998.
Jungmann é investigado pela CGU depois da divulgação que ele teria utilizado recursos públicos para pagar massagem no Hotel Othon Palace (PE) em dezembro de 2001 e alimentação em Brasília.
Hage disse que apesar de os gastos terem ocorrido no governo anterior ao atual a ordem de ressarcimento pode ser aplicada. "O fato de ter sido em governo passado não interfere em nada. É um direito da administração ter o ressarcimento", afirmou ele.