postado em 15/05/2008 18:21
O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), disse nesta quinta-feira que não acredita que o ex-assessor de Controle Interno da Casa Civil da Presidência da República José Aparecido Nunes fique calado durante seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.
Hoje, José Aparecido, apontado como um dos responsáveis pelo vazamento de informações sobre gastos de ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com cartões corporativos, teve um habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no qual pedia a garantia de não ser preso durante seu depoimento.
"Ele terá muita dificuldade de ficar calado, porque o nível de pressão e exigência tanto dos parlamentares presentes na CPI quanto da sociedade que acompanha é muito forte, e ele terá que dizer o que aconteceu", afirmou.
De acordo com o senador, caso José Aparecido tente blindar alguém da Casa Civil, como a ministra Dilma Rousseff, ou a secretária executiva Erenice Guerra, o ex-assessor poderá cair em contradição. "Se ele quiser [blindar], ele vai cair em contradição, e pode ficar numa posição de fragilidade", disse.
Já o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), não espera que o depoimento de José Aparecido revele alguma novidade para a CPI. Segundo o senador, ele irá à comissão na qualidade de convocado e a legislação assegura o direito de ficar calado para que não seja incriminado.
Arthur Virgílio disse que a oposição fará uma interpretação rigorosa dos fatos que serão apresentados por José Aparecido. "A oposição terá uma interpretação rigorosa em relação aos fatos ocorridos no Palácio do Planalto, e certamente a base aliada de apoio ao governo vai procurar ser condescendente com o que ocorreu no Palácio do Planalto".