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PF diz que Paulinho da Força está envolvido em fraudes

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postado em 17/05/2008 09:00
Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Santa Teresa mostram que o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), teria intermediado um encontro entre integrantes da quadrilha acusada de fraudar empréstimos do BNDES e a Prefeitura de Campinas (SP). Os "grampos" federais mostram que a quadrilha acompanhava de perto a negociação de um empréstimo de R$ 37,6 milhões do BNDES para a construção de um terminal rodoviário na cidade. Nessa sexta-feira (16/05), a bancada do PSOL na Câmara Municipal iniciou a coleta de assinaturas para criar uma Comissão Especial de Investigação (CEI) com foco na nova rodoviária, que será inaugurada em junho. No dia 11 de abril, às 9h36, o lobista João Pedro de Moura, que se apresenta como assessor de Paulinho e está preso desde o dia 24, telefonou para o empresário Marcos Mantovani, dono da consultora Progus, que também está preso. João Pedro diz que está no gabinete do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, filiado ao PDT assim como Paulinho, esperando uma audiência "a pedido do Paulinho". Às 18h52 do mesmo dia, João Pedro liga para Jorge Trevisani, funcionário da Progus, para perguntar se a minuta do contrato entre o BNDES e a Concessionária do Terminal Rodoviário de Campinas (CTRC, empresa responsável pela obra e administração da nova rodoviária), estava correto pois, na segunda-feira passada, deveria ser enviado à sede do banco, no Rio de Janeiro. Vinte minutos depois João Pedro voltou a ligar para Mantovani para dizer que estava tentando marcar uma reunião com o vice-presidente do banco, Armando Mariante. Desmascarado A quadrilha articulava o empréstimo desde o dia 12 de março. Naquele dia foi interceptada uma ligação de João Pedro para Mantovani na qual os dois conversavam sobre "um projeto de interesse do grupo relativo à construção do terminal rodoviário em Campinas", segundo a PF. A CTRC, por meio de sua assessoria de imprensa, negou qualquer irregularidade no empréstimo (que ainda não foi aprovado) e relação com a quadrilha. A concessionária, no entanto, admite que contratou a Progus para elaborar o projeto de financiamento entregue ao BNDES. A CRTC alega que soube do envolvimento da consulturia em irregularidades pela imprensa e que imediatamente desautorizou a Progus a representar a concessionária. A Prefeitura de Campinas também nega que tenha envolvimento com os acusados. "É público que o prefeito e Paulinho estão em campos opostos dentro do PDT", disse o coordenador de Comunicação da prefeitura, Francisco de Lagos.Segundo ele, João Pedro nem sequer foi recebido pelo prefeito naquele dia. "O prefeito tem por regra não receber lobistas", disse Lagos. Missão oficial O próprio coordenador teria sido encarregado pelo prefeito de conversar com João Pedro. A conversa, segundo Lagos, acabou não acontecendo porque um grupo de sem-teto cercou a prefeitura em um protesto. O advogado de Paulinho, Antônio Rosella, negou que o deputado tenha intermediado o encontro. Segundo ele, João Pedro pode ter usado indevidamente o nome do parlamentar. As suspeitas de ligações entre prefeitura, CTRC e o grupo investigado pela Santa Teresa fez com que a bancada do PSOL na Câmara Municipal iniciasse, quinta-feira (15/05), a coleta de assinaturas para a criação de uma CEI. "Se há qualquer tipo de citação ou indício que envolve obras públicas de Campinas, é necessário investigar e apurar", disse a vereadora Marcela Moreira (PSOL). O Ministério Público Federal encaminhou ao Ministério Público Estadual uma relação com nove cidades paulistas onde a quadrilha teria agido. Campinas não está entre elas.

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