postado em 19/05/2008 14:25
Brasília, DF - O futuro ministro de Meio Ambiente Carlos Minc desembarcou nesta segunda-feira (19/05) em Brasília negando que vá apresentar exigências ou condições ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a pasta. Minc disse que sua intenção é apresentar propostas que possam ser executadas, pois o pior para o governo seria ter um "ministro fraco".
"Depois da saída da [ex] ministra Marina Silva, a pior coisa que pode acontecer seria ter um ministro fraco, que não tivesse condições para trabalhar e administrar", afirmou Minc, ao chegar hoje no aeroporto internacional de Brasília.
Minc negou estar disposto a apresentar exigências a Lula na reunião que terá com ele no final da tarde. "Não diria pré-condições. Eu diria que são condições de trabalho para eu estar à altura do que ele [Lula] espera de mim", disse o novo ministro. "Ele [Lula] me considerou e eu quero agradecer a confiança." O atual de secretário estadual de Meio Ambiente do Rio reiterou as afirmações que fez ontem ao retornar de Paris. Ao chegar ao Brasil, Minc defendeu o uso de Forças Armadas para proteção de áreas de reserva ambiental, sugeriu revisão na concessão de licenças ambientais e evitou críticas ao PAS (Programa da Amazônia Sustentável).
Exatamente como ontem, Minc repetiu que não quis parecer arrogante e que estava lisonjeado com a nomeação de Lula. No entanto, reclamou de o Ministério de Meio Ambiente não ter participado das discussões sobre política industrial e tecnologias.
*Mimo
Usando um colete do tipo esportivo, calça de sarja azul e camisa branca, Minc desembarcou com apenas uma mala de mão. Mas segundo o novo ministro, dentro da mala havia um "mimo" para dar de presente à ex-ministra Marina Silva. Minc afirmou ser amigo de Marina e quer presenteá-la com uma roupa em verde claro de seda pura.
Minc afirmou que vai se encontrar com Marina Silva e o líder do PV na Câmara, Sarney Filho (MA). Sarney Filho disse à reportagem que o PV apóia o nome de Minc, mas mantém as preocupações anteriores à nomeação do novo ministro.
Para a bancada do partido na Câmara, é fundamental intensificar as campanhas contra o desmatamento principalmente na Amazônia, aumentar o rigor sobre as políticas que tratam da emissão de gases e ainda as que se referem às comunidades localizadas nas áreas de reserva ambiental.