postado em 20/05/2008 08:57
Em meio a uma discussão sobre a possível venda do Banco de Brasília (BRB), um funcionário de carreira do Banco do Brasil (BB) assumiu o comando da instituição financeira oficial do Distrito Federal. Desde a semana passada, o administrador Ricardo de Barros Vieira responde pela presidência do BRB. A posse oficial depende apenas da aprovação dos deputados distritais, depois de uma sabatina na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa.
A escolha do governador José Roberto Arruda (DEM) alimenta o debate sobre a venda do BRB para o Banco do Brasil (BB). Vieira está no BB há 30 anos e já ocupou cargos de destaque na instituição. Foi diretor da BB Financeira e da BB Administradora de Cartões de Crédito. Recentemente foi presidente da BB Tur Viagens e Turismo e também comandou, por mais de cinco anos, a área de Varejo do Banco do Brasil. No BRB, ele acumula a função de diretor-presidente com a de diretor de Gestão de Recursos Financeiros.
No BRB, o comentário é de que estão avançadas as negociações com o Banco do Brasil. A instituição está de olho na folha de pagamentos do banco oficial do Distrito Federal, onde são depositados os salários de todos os servidores públicos locais, uma receita de R$ 800 milhões ao mês. No entanto, segundo quem acompanha o caso, Arruda ainda não decidiu o que fazer. Ele estuda três opções e a venda do banco, sem licitação, para o Banco do Brasil é apenas uma delas.
O governador analisa ainda fazer um leilão para vender o BRB no mercado, a quem oferecer a melhor proposta. Nesse caso, no entanto, o Executivo não teria garantia de manutenção dos empregos no banco. Outra possibilidade é abrir o capital do BRB, com a venda de ações, sem perder o controle majoritário. Arruda tem feito vários debates no governo e já discutiu o assunto diretamente com representantes do Banco do Brasil, em reuniões na residência oficial de Águas Claras.
Parecer
A direção do BB tem demonstrado muito interesse no negócio. A área jurídica do Banco do Brasil apresenta um parecer elaborado pelo jurista José Cretella Júnior, especialista em direito administrativo, segundo o qual não seria necessária licitação porque o BRB é um prestador de serviços públicos. No próximo mês, sai um balanço sobre o desempenho do banco e será possível avaliar qual é a margem de negociação para uma eventual venda. As estimativas variam de R$ 1,2 bilhão a R$ 2 bilhões.
Ricardo Vieira é o quarto presidente do BRB desde o início do ano passado. Depois que o economista Roberto Figueiredo Guimarães deixou a instituição, por conta de supostas irregularidades no Maranhão investigadas na Operação Navalha, o BRB teve dois presidentes interinos: Laécio Barros Júnior e Francisco Flávio Sales Barbosa. Laécio hoje exerce o cargo de Diretor de Controle e Planejamento do BRB.