Politica

Assessor de tucano diz à CPI que foi traído por vazador de dossiê

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postado em 20/05/2008 13:40
O assessor parlamentar André Fernandes disse nesta terça-feira (20/05) em depoimento à CPI dos Cartões Corporativos que foi "traído" por José Aparecido Nunes Pires, ex-secretário de controle interno da Casa Civil, ao ser envolvido no vazamento do dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Depois de ser acusado pelos governistas de ter "traído" Aparecido ao repassar o dossiê encaminhado pelo ex-secretário ao senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Fernandes disse que o único traído de todo episódio é ele próprio. "Eu sim fui o traído da história, porque [o Aparecido] me jogou no meio deu ma história que eu não queria entrar. Eu fui levado politicamente para um furacão que não era meu", afirmou. O assessor negou que tenha pedido para Aparecido lhe encaminhar o dossiê com gastos de FHC, da ex-primeira dama Ruth Cardoso e de ministros da gestão tucana. Os governistas insistem que o assessor de Dias pediu para ter acesso ao "banco de dados" montado pela Casa Civil com informações sobre o governo anterior com o objetivo de constranger politicamente a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "O senhor está provando que é um homem que tem desvio de caráter. O senhor traiu um amigo de anos a quem persuadiu a mandar informações. Para mim, traidor não tem valor algum", disse o deputado Silvio Costa (PMN-PE). Mentira O deputado disse que vai provar, após o depoimento de Aparecido à CPI, que Fernandes mentiu aos parlamentares quando negou que tenha pedido ao ex-secretário um emprego no governo federal. Em tom de ameaça, Costa pediu que a presidência da comissão prepare uma ocorrência policial uma vez que o assessor faltou com a verdade à CPI. "Pode pedir para preparar um TCO [termo circunstancial de ocorrência] porque, no depoimento do Aparecido, será provado que ele mentiu", pediu Costa. O deputado considerou "estranho" que Fernandes tenha pedido um emprego no governo para um prima se tem posição política afinada com a oposição. O assessor parlamentar argumentou, no entanto, que pediu o emprego para Aparecido porque na época mantinha boas relações com o ex-secretário. "Eu indiquei [a prima para trabalhar no governo] em 2003, nós não estávamos brigados", afirmou. Segundo Fernandes, a primeira briga dele com Aparecido ocorreu em 2004, quando o ex-secretário teria lhe encaminhado um e-mail "intimidatório" para deixar o cargo de assessor do então senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). O outro rompimento da amizade, de acordo com o assessor, ocorreu este ano após receber o dossiê de Aparecido, por e-mail. Fernandes considerou o envio do dossiê um gesto de "intimidação" para "constranger" a oposição politicamente.

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