Politica

CPI rejeita pedido de assessor de prestar depoimento em sessão fechada

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postado em 20/05/2008 14:29
A CPI dos Cartões Corporativos negou nesta terça-feira (20/05) o pedido do assessor parlamentar André Fernandes para realizar parte de seu depoimento à comissão em sigilo, com o objetivo de revelar detalhes que considera "particulares" sobre o episódio do vazamento do dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Com maioria na CPI, os governistas derrubaram o pedido do assessor com o argumento de que Fernandes deve falar publicamente tudo o que sabe sobre o episódio. "Não é truque da oposição. Ele só tem o pedido de falar em sigilo. A regra é falar publicamente, isso é preferível. Mas se só fala alguns detalhes secretamente, por que não vamos ouvi-lo?", questionou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Apesar dos apelos da oposição, os governistas mantiveram a defesa do depoimento aberto. "Ele quer fazer sessão secreta para revelar o que omitiu à Polícia Federal. Aqui deve expor tudo, em sessão aberta", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). Em tom exaltado, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), disse que o depoimento deve ser aberto uma vez que "nada justifica" que a comissão se submeta a uma vontade do depoente. Defesa O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) rebateu os argumentos de que seu assessor quer revelar à CPI detalhes que não informou a Polícia Federal em seu depoimento. "É um direito do depoente requerer sessão secreta. Isso não significa que ele tenha se omitido no depoimento à PF. Ele respondeu às perguntas formuladas pelo delegado, não iria além nas respostas", argumentou o tucano. Fernades propôs a sessão secreta depois de ser questionado se revelaria outros detalhes da sua ligação com Aparecido, que resultou no envio do dossiê, caso a sessão da CPI fosse secreta. "São informações que eu não gostaria de revelar publicamente. Vão além dele [do dossiê]", disse. No depoimento à CPI, o assessor reiterou que Aparecido lhe confidenciou em almoço que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, seria a responsável pela montagem do dossiê anti-FHC. "Ele me disse que a Erenice era que tinha dado essa ordem. Não disse [os motivos]. Mas acho que fica na questão das entrelinhas", afirmou.

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