postado em 23/05/2008 09:19
A Polícia Federal (PF) começa a analisar nesta sexta-feira (23), em Manaus, os documentos e computadores apreendidos pela Operação Vorax no Amazonas. Também foram recolhidos e estão sob a guarda da PF 12 veículos, duas lanchas, cheques, jóias e mais de R$ 6,8 milhões em espécie. Um novo pedido de prisão do prefeito Adail Pinheiro pode ser feito nos próximos dias.
A Operação Vorax foi deflagrada em Coari (a 363 quilômetros de Manaus) e desarticulou, na última terça-feira (20), uma quadrilha que praticava esquemas de fraudes em licitações, desvio de verbas, crimes contra a administração pública e sonegação de impostos no município.
De acordo com as investigações, estima-se o envolvimento de 150 pessoas - entre funcionários públicos e empresários que teriam sonegado mais de R$ 30 milhões em impostos nos últimos cinco anos.
Por causa da operação, 23 mandados de prisão foram emitidos pela Polícia Federal, mas o do prefeito Adail Pinheiro - tido pela polícia como chefe da quadrilha - foi negado. Entre os presos estão o secretário de Obras, Paulo Bonilha e a secretária de Finanças do município, Romy Cineide Gomes.
"Ao deflagrarmos a operação pedimos a prisão temporária do prefeito ao Tribunal Regional Federal 1ª Região. Porém, naquele momento, embora houvesse um parecer positivo do Ministério Público Federal, o desembargador entendeu que não deveria deferir a prisão temporária dele. Contudo, estamos trabalhando e estudando os depoimentos e materiais que foram apreendidos para que possamos fazer um novo pedido ao mesmo tribunal", antecipou o delegado.
De acordo com as informações divulgadas pela PF no Amazonas, as irregularidades foram praticadas entre 2001 e 2006 e constatadas a partir de denúncias apresentadas pelo senador Jefferson Peres (PDT-AM) e pelo deputado Francisco Praciano (PT-AM).
Podem ter sido registrados no período mais de R$ 7 milhões em prejuízos aos cofres públicos, dos quais mais de R$ 3,1 milhões foram em recursos federais e R$ 3,8 milhões em receitas de royalties, também.