postado em 26/05/2008 20:44
No mesmo dia em que a Executiva Nacional do PT reiterou o veto à aliança entre petistas e tucanos na eleição em Belo Horizonte, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fez nesta segunda-feira um contundente discurso na defesa de "uma grande convergência nacional" entre os dois partidos que permita ao País superar os gargalos. Dirigindo-se ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias - crítico do acordo -, Aécio disse que espera que a aliança possa ter "reflexos" e "eco" no país.
Ele e Ananias participaram do lançamento do programa Territórios da Cidadania em Minas, no Palácio da Liberdade. Indiretamente, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome fez menção à polêmica coligação ao afirmar em discurso que "uma sociedade democrática pressupõe conflitos e visões divergentes".
Aécio foi mais direto no discurso. O governador de Minas Gerais concordou que o momento do embate político é fundamental em qualquer sistema democrático, mas observou que as "disputas secundárias" devem ficar "no plano secundário". "Acredito, firmemente, que nós ainda viveremos nesse país o tempo em que as diferenças partidárias, interesses específicos dessa ou daquela legenda, darão lugar à construção de um grande entendimento", disse.
Aécio reconheceu os avanços sociais e econômicos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas observou que eles só foram possíveis pela base macroeconômica constituída durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Quem sabe não será daqui que nós iniciaremos a construção da grande convergência nacional que permita ao Brasil superar ainda gargalos extraordinários", afirmou.
Parceria
Em seguida, Aécio citou a "a extraordinária parceria" com o prefeito Fernando Pimentel (PT), o que, segundo ele, tem permitido que a capital mineira alcance conquistas em áreas como segurança pública, saúde, educação e outras de responsabilidade do governo de Minas Gerais e da prefeitura. O governador encerrou a fala afirmando que Minas é, atualmente, a terra "da generosidade, da construção e da ousadia" e que espera que, na capital, se possa dar continuidade aos avanços conquistados "para que o Brasil também sinta os reflexos ou quem sabe o eco do nosso sentimento".