Politica

Presidente da CPI defende prorrogação e diz que Dilma mentiu em depoimento

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postado em 27/05/2008 11:25
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), presidente da CPI dos Cartões Corporativos, disse nesta terça-feira (27/05) que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) mentiu ao prestar depoimento à Comissão de Infra-Estrutura do Senado em abril quando disse que o governo não montou dossiê com informações de gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Serrano disse que houve um dossiê montado pela Casa Civil, o que justifica que a CPI continue suas atividades por mais 30 dias para investigar o caso. "Houve um dossiê, portanto a ministra Dilma não disse a verdade quando afirmou na comissão que não houve dossiê. Não sabemos quem mandou fazer e o objetivo com que foi feito. É um crime fazer dossiê, resquício do Estado arbitrário. Precisamos de tempo para responder a essas perguntas", afirmou. Serrano fez um apelo para que os integrantes da CPI aprovem o requerimento para uma acareação de José Aparecido Nunes Pires, ex-secretário de controle interno da Casa Civil, e André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Os dois prestaram depoimento à comissão na semana passada, mas, segundo a presidente da CPI, deixaram pontos contraditórios sobre o vazamento do dossiê sem explicações. Aparecido é acusado de enviar o dossiê para Fernandes, por e-mail. "Negar a acareação não é decente. Não compactuamos com nenhum acordo, temos que garantir que a verdade venha à tona inclusive com a lembrança ética do senador Jefferson Péres [morto na última sexta-feira]", defendeu Serrano. Os governistas ficaram irritados com as acusações da presidente da CPI. O relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), chegou a defender que ela deixasse a presidência e fosse à tribuna para defender o requerimento --uma vez que, como presidente, não tem autonomia para expor suas posições pessoais. Sérgio reiterou que não vai incluir no texto final da comissão as investigações sobre o dossiê porque considera que a Polícia Federal deve investigar o caso. "Não me interessa saber pontos contraditórios dos depoimentos. O banco de dados da Casa Civil tinha o objetivo de servir à CPI e serviu. Vamos encaminhar contra a acareação, ela não serve ao objeto dessa CPI", enfatizou. O deputado Carlos Willian (PTC-MG) disse que a comissão será "enterrada" nesta terça-feira porque a base aliada - com ampla maioria na CPI - vai rejeitar todos os requerimentos de convocação ou acareação. "Essa CPI não andou, está capengando. Hoje vai ser enterrada, não por culpa do governo, mas da própria oposição. Somos governistas, mas não deixamos de apurar os fatos", disse. Se os requerimentos forem rejeitados, Serrano pretende estabelecer um prazo para a apresentação dos sub-relatórios à comissão. Em seguida, vai marcar um prazo para que o relator apresente seu texto final, o que na prática encerra os trabalhos da CPI.

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