postado em 28/05/2008 13:09
O PSOL ingressou nesta quarta-feira (28/05) com representações por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), e o senador Marconi Perillo (PSDB-GO). O partido cobra punições a Paulinho pelas suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes de empréstimos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Perillo, por sua vez, é acusado de tráfico de influência, peculato e caixa dois na campanha eleitoral de 2006.
A representação contra Paulinho foi protocolada diretamente no Conselho de Ética da Câmara. O texto foi anexado a outra representação contra Paulinho enviada ao conselho pelo corregedor da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE).
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) avalia que, com a tramitação conjunta com outra representação, o pedido do PSOL tem chances de resultar em punições a Paulinho.
"Temos um histórico no conselho de arquivamento, por isso a outra representação reforça a nossa. Agora não é mais algo só do PSOL, a nossa representação tramita junto com a da Corregedoria da Câmara. A cada dia a situação do Paulinho fica mais complicada", afirmou.
Na representação contra Paulinho, o partido pede que todos os envolvidos no suposto esquema de desvios no BNDES sejam ouvidos pelo Conselho de Ética da Câmara. O PSOL argumenta que as explicações apresentadas pelo deputado até agora não foram satisfatórias, uma vez que ele se diz vítima de "perseguição política" pelo seu histórico de luta em prol dos trabalhadores.
"Isso é uma ofensa à classe trabalhadora, o deputado não deveria se escudar nisso para se defender de acusações que o envolvem com o mundo burguês, do capital. Essa defesa é retórica e injusta, torço para que ele mostre no conselho que é outro Paulinho", disse Alencar.
Perillo
A representação contra Perillo foi encaminhada à Mesa Diretora do Senado, que precisa decidir sobre o seu envio ao Conselho de Ética antes do pedido chegar ao órgão. A líder do PSOL na Câmara, deputado Luciana Genro (RS), admitiu que o histórico do Senado é de arquivamento de grande parte das denúncias. Mas a líder disse estar otimista para que, desta vez, o órgão dê continuidade ao processo contra o tucano, embora o fato tenha ocorrido antes da posse do senador.
"É uma tradição do Conselho de Ética de ambas as Casas acatarem uma representação e depois absolverem. Se as representações forem arquivadas ou se os parlamentares forem absolvidos, pelo menos nós fizemos a nossa parte", ressaltou.
O PSOL arquivou na representação contra Perillo gravações telefônicas do senador com a desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, do Tribunal de Justiça de Goiás, na qual o parlamentar tentaria conduzir uma decisão dela num processo envolvendo a Prefeitura de Itumbiara, município do interior do Estado. O diálogo foi gravado no final de dezembro de 2006, período em que Perillo havia deixado o governo de Goiás para se dedicar à sua campanha ao Senado.
A expectativa é de que, ao contrário da denúncia contra Paulinho, o Senado arquive a representação que envolve Perillo, uma vez que a denúncia se refere a um período anterior ao seu mandato na Casa Legislativa.