postado em 30/05/2008 08:51
A pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, o Supremo Tribunal Federal abriu inquérito contra o senador Gim Argello (PTB-DF) para investigar envolvimento do parlamentar em crimes como apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva. A apuração correrá em segredo de justiça, sob a relatoria do ministro Eros Grau. O caso foi encaminhado à principal corte do país porque Gim, ao assumir o mandato no Senado, passou a contar com foro especial.
A assessoria da Procuradoria-Geral da República não deu detalhes sobre o inquérito porque as informações estão sob sigilo. Apenas esclareceu que a investigação não está relacionada à Operação Aquarela, conduzida por promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público do Distrito Federal sobre supostos desvios de recursos do Banco de Brasília.
O nome de Gim apareceu numa das escutas feitas pela Polícia Civil do Distrito Federal, com autorização judicial, relacionado à negociação de um terreno de propriedade do ex-deputado Wigberto Tartuce (PMDB) com o empresário Nenê Constantino.
Essa parte da investigação foi encaminhada em representação do procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, para Antonio Fernando, que deverá decidir se pedirá também nesse caso a abertura de inquérito no STF. Gim assumiu o mandato em setembro do ano passado depois da renúncia do peemedebista Joaquim Roriz ao mandato no Senado, por conta da partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões com Nenê Constantino e o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklim de Moura.
O inquérito aberto nesta quinta-feira (29/05) teve origem no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde tramitava uma investigação contra o parlamentar por problemas com a Receita Federal. Ele foi autuado pelo Fisco em 2003, quando era deputado distrital, porque teve dificuldades em comprovar a origem de uma variação patrimonial. O Correio tentou contato com o senador, mas ele não foi localizado. Advogado do congressista, o ex-presidente do STF Maurício Corrêa disse à Agência Estado que ainda não tinha todas as informações sobre o inquérito mas que a decisão do STF ;não afeta Gim;. ;É uma questão de rotina. Não nos assusta;, afirmou o ministro aposentado.
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