postado em 02/06/2008 15:20
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) vai apresentar nesta terça-feira seu relatório final à CPI dos Cartões Corporativos, e já adiantou que não vai sugerir o indiciamento de autoridades envolvidas com o mau uso dos cartões, nem mencionar a montagem do dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Com isso, senadores da oposição se articulam para apresentar à comissão votos em separado ao texto do relator. Na prática, os votos em separado têm caráter político, uma vez que os governistas prometem aprovar sem ressalvas o texto de Sérgio. Com maioria na CPI, a base aliada do governo quer encerrar os trabalhos da comissão para que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) saia do foco das denúncias de envolvimento no caso dossiê.
Após a apresentação do texto de Sérgio, a oposição pretende apresentar votos em separados para contestar o trabalho do deputado. Serrano pode marcar uma nova data para a leitura dos votos em separado, ou permitir que ocorram no mesmo dia.
"Se ele [Sérgio] levar em consideração o dossiê, os gastos do presidente Lula, as mudanças nas bandeiras que administram os cartões corporativos, aí eu não apresento voto em separado. Mas se achar que nada disso tem importância, aí eu apresento um relatório paralelo porque essa CPI não pode terminar em pizza", disse o deputado Índio da Costa (DEM-RJ).
Se o texto de Sérgio for aprovado na CPI, como previsto pelos governistas, os textos da oposição perdem a validade automaticamente. Na expectativa da derrota, DEM e PSDB se articulam para encaminhar denúncias contra autoridades federais ao Ministério Público.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) já ingressou com representação no Ministério Público contra Dilma e outros 15 servidores da Casa Civil que teriam participado da montagem do dossiê. Sampaio pede que o MP ingresse com ação por improbidade administrativa contra a ministra e os demais funcionários da Casa Civil envolvidos com o dossiê.
O parlamentar sustenta que Dilma se omitiu ao não punir os subordinados que teriam montado o dossiê. Os demais servidores, segundo Sampaio, devem ser punidos pela participação direta no episódio dossiê - seja na sua montagem, coordenação ou no pedido para que fosse criado.