postado em 02/06/2008 15:24
O Conselho de Ética da Câmara marcou para esta terça-feira sessão do órgão para analisar as representações contra o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, acusado de envolvimento com um esquema de irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente do conselho, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), decidiu agendar para esta terça-feira a sessão após ser representado pelo corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE).
Segundo Inocêncio, Moraes descumpre o Código de Ética da Câmara, que determina a imediata abertura de inquérito quando há recomendação da Corregedoria Geral da Casa. Diante da demora, o corregedor entrou com a representação contra o presidente do conselho.
Moraes negou que tenha sido pressionado pela iniciativa de Inocêncio para marcar a sessão do Conselho de Ética e afirmou que o corregedor se equivocou ao apresentar uma representação contra ele. "Não, [a representação de Inocêncio] não teve nenhuma influência e nem terá. Ele [Inocência] se equivocou", afirmou Moraes, que disse que vai se posicionar somente na quarta ou quinta-feira sobre a representação.
O presidente do conselho disse ainda que a imprensa queria que ele "degolasse" Paulinho na mesma hora em que recebeu a recomendação da corregedoria, mas ressaltou que precisava de tempo para ler os documentos.
Indignação
A iniciativa de Inocêncio provocou a indignação de Moraes, que foi ao plenário defender-se. Os dois trocaram acusações e foi necessário o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), intervir na discussão.
Mas o ato do corregedor põe em risco a permanência do novo presidente do Conselho de Ética no cargo e no órgão. Com a representação já encaminhada pelo corregedor, Chinaglia terá de analisar como irá conduzir o processo contra Paulinho. É que o regimento interno da Câmara determina que integrantes do Conselho de Ética, quando representados, devem ser afastados de suas funções.