postado em 02/06/2008 17:14
Três dias depois de o Diretório Nacional do PT manter o veto mas com margem às negociações com o PSDB em Belo Horizonte (MG), o presidente nacional do partido, o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), negou a flexibilização. Em nota oficial divulgada à imprensa, Berzoini argumentou que a orientação da legenda para que os petistas retomem o assunto foi apenas um "gesto de gentileza" em relação aos filiados que são favoráveis à parceria com os tucanos.
"Ao recomendar aos companheiros de Belo Horizonte que voltem a discutir e deliberar sobre o assunto, o Diretório Nacional nada mais fez do que somar, às decisões da Executiva, um gesto de cordialidade e gentileza para com os defensores da coligação, de maneira que o Diretório Municipal de BH possa adequar-se às decisões nacionais por sua própria deliberação, sem a necessidade de medidas estatutárias", disse Berzoini.
De acordo com o presidente do PT, não houve orientação alguma para que o partido articule uma "aliança informal com o PSDB" em Belo Horizonte. "Não procede a informação de que o Diretório Nacional tenha deliberado por uma aliança informal com o PSDB em Belo Horizonte. O DN não entrou nesse debate, não havendo nenhum apreço por alianças informais que não fiquem transparentes para os eleitores", disse Berzoini, em nota.
Na última sexta-feira, o diretório se reuniu em Brasília por cerca de três horas. Ao final, divulgou resolução em que estava mantido o veto à aliança, mas não havia palavras que sinalizavam a proibição à parceria. Para os favoráveis à coligação, foi uma flexibilização à ordem de proibição à aliança com os tucanos.
Há cerca de três semanas, o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), vem a Brasília negociar que seja amenizado o veto à aliança. Na véspera da reunião do diretório, ele conversou com integrantes das várias correntes do PT e apelou para a flexibilização.
Na sexta-feira, aliados do prefeito comemoraram a decisão do comando nacional do PT. Para eles, a ordem possibilita que o PSDB dê apoio branco à chapa encabeçada por Márcio Lacerda (PSDB) e tem como vice-prefeito, Roberto Carvalho (PT). Mas Berzoini evitou comentar sobre eventual apoio informal dos tucanos à chapa.
Desde o final do ano passado, Pimentel e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), negociam a aliança entre petistas e tucanos em torno de Lacerda. Segundo integrantes do comando nacional do PT, o veto à parceria foi provocado pelo fato de a aliança em Belo Horizonte ter reflexos nas eleições de 2010.
Leia a nota divulgada pelo PT
Não é verdade que o DN, em sua reunião de 30 de maio de 2008, tenha revogado o veto da Comissão Executiva Nacional à coligação com o PSDB em Belo Horizonte , segundo as versões fantasiosas e/ou capciosas divulgadas por alguns veículos de imprensa.
As deliberações anteriores da Executiva Nacional - inclusive a que vetou expressamente a pretendida aliança serviram de base política e jurídica para a decisão do DN, como ficou claro no texto da resolução aprovada.
Ao recomendar aos companheiros de Belo Horizonte que voltem a discutir e deliberar sobre o assunto, o DN nada mais fez do que somar, às decisões da Executiva, um gesto de cordialidade e gentileza para com os defensores da coligação, de maneira que o Diretório Municipal de BH possa a adequar-se às decisões nacionais por sua própria deliberação, sem a necessidade de medidas estatutárias.
Também não procede a informação de que o Diretório Nacional tenha deliberado por uma aliança informal com o PSDB em Belo Horizonte. O DN não entrou nesse debate, não havendo nenhum apreço por alianças informais que não fiquem transparentes para os eleitores.
Ricardo Berzoini Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores