postado em 03/06/2008 09:01
Conceição da Barra (ES) ; A Aracruz Celulose utilizou funcionários para legitimar a aquisição de terras em Conceição da Barra e São Mateus, no interior do EspÃrito Santo, para plantar milhares de hectares de eucaliptos no inÃcio dos anos 70. Eles receberam terras devolutas do governo do estado e as repassaram para a empresa, como mostram registros em cartórios. Cerca de 24 mil hectares de terras nesses municÃpios são reivindicados hoje por quatro comunidades quilombolas. ;As comunidades foram expulsas ou pressionadas a vender as suas terras a preços baixos;, afirma o lÃder quilombola Domingo Firmiano dos Santos, o Chapoca.
Com base em depoimentos prestados à CPI da Assembléia Legislativa que investigou em 2001 supostas irregularidades em licenças ambientais concedidas à Aracruz, 13 entidades entraram com representação no Ministério Público Estadual em 2004. Pedem a investigação da legalidade das aquisições de terras feitas pela Aracruz por meio de funcionários. A representação cita 65 áreas. ;Após ;legitimarem; as terras em seus nomes, repassavam essas terras para a Aracruz Celulose. Foram mais de 13 mil hectares de ;legitimação; de terras ;transferidas; por esses empregados e ex-empregados à empresa;, diz a representação.
Segundo a representação, Orlindo Bertolini fez requerimento para aquisição de 997 hectares em São Mateus. ;No processo de legitimação dessas terras aparece o nome do presidente do Conselho de Administração da Aracruz Celulose, Erling Sven Lorentzen, que firmou procuração onde nomeava um dos procuradores que atuou junto a órgãos do estado, para proceder a transferência das terras legitimadas pelos empregados e ex-empregados para Aracruz Celulose, numa atitude que, em tese, corroborava as irregularidades que estavam sendo cometidas para as legitimações e as transferências, o que só faz aumentar a necessidade de intervenção do Estado para reaver essas terras.;