postado em 03/06/2008 12:31
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), presidente da CPI dos Cartões Corporativos, defendeu nesta terça-feira a inclusão do pedido de indiciamento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no relatório final da comissão. Na opinião da senadora, a ministra "faltou com a verdade" ao negar a existência de um dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso durante depoimento no Senado.
"A oposição deve pedir o indiciamento dela. Ela veio ao Senado, falou que não tinha dossiê, faltou com a verdade. Ela não sabe o que acontece dentro da casa dela", criticou. Apesar da defesa do indiciamento, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reiterou que não vai incluir no seu texto nenhuma sugestão de punição à ministra.
Serrano espera que a oposição, em votos separados ao texto de Sérgio, sugira o indiciamento da ministra. O relator reiterou que não vai mencionar a montagem do dossiê no relatório final da CPI, que será apresentado nesta terça-feira. "Relatório final de CPI vai para o Ministério Público que tem autonomia para pedir indiciamento de quem quer que seja", disse o relator.
Na prática, os votos em separado da oposição com um eventual pedido de indiciamento de Dilma têm caráter político, uma vez que os governistas prometem aprovar sem ressalvas o texto de Sérgio. Com maioria na CPI, a base aliada do governo quer encerrar os trabalhos da comissão para que a ministra Dilma saia do foco das denúncias de envolvimento no caso dossiê.
Após a apresentação do texto de Sérgio, a oposição pretende apresentar votos em separados para contestar o trabalho do deputado. Serrano pode marcar uma nova data para a leitura dos votos em separado, ou permitir que ocorram hoje.
Se o texto de Sérgio for aprovado na CPI, como previsto pelos governistas, os textos da oposição perdem a validade automaticamente. Na expectativa da derrota, DEM e PSDB se articulam para encaminhar denúncias contra autoridades federais ao Ministério Público.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) já ingressou com representação no Ministério Público contra Dilma e outros 15 servidores da Casa Civil que teriam participado da montagem do dossiê. Sampaio pede que o MP ingresse com ação por improbidade administrativa contra a ministra e os demais funcionários da Casa Civil envolvidos com o dossiê.