Politica

Relator quer acelerar processo contra Paulinho

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postado em 05/06/2008 09:11
A Força Sindical prometeu contribuir com a defesa do presidente da central e deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), mas a pressão dos sindicalistas pode se tornar negativa e ineficaz. O relator do processo de cassação no Conselho de Ética, Paulo Piau (PMDB-MG), criticou a mobilização e reforçou que o colegiado, ao analisar o caso, fará um julgamento técnico sem viés político. ;Nós não temos poder de investigação, vamos contar com o apoio do Ministério Público e da Polícia Federal para nos fornecer as informações necessárias e, assim, esse julgamento. Não adianta pressão externa. Elas não funcionarão;, disse o relator. Relator pede ajuda à MP e PF A Força vai utilizar sua capacidade de mobilização como a segunda maior central sindical do país para fazer atos pró-Paulinho. O deputado do PDT quer, com a ajuda da entidade, reverter o cenário negativo instalado na Câmara após as sucessivas denúncias de ter sido beneficiado por um esquema de fraude no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nessa análise fria das informações fornecidas pela PF e pelo Ministério Público, Piau quer agilizar o processo no Conselho de Ética e concluí-lo antes dos 90 dias. Mas admite que as eleições municipais podem atrapalhar e arrastar os trabalhos para o final do ano. O relator quer esforço dos integrantes do colegiado para evitar que o tempo esfrie o processo. Ele aposta que a própria gravidade da situação não deixará o caso abrandar, sobretudo, quando são fortes os laços de Paulinho com os principais envolvidos na suposta quadrilha montada para desviar recursos do BNDES, como o ex-assessor da Força João Pedro Moura e o advogado e conselheiro de fomento da instituição, Ricardo Tosto. Em depoimento à Justiça Federal de São Paulo, Tosto e Moura descartaram participação de Paulinho e enfatizaram que utilizaram indevidamente o nome do parlamentar para ter privilégios e capitalizar o prestígio alheio. Empatia Piau demonstrou empatia com a linha de defesa de Paulo Pereira da Silva, acredita que as pessoas públicas são vítimas freqüentes desse tipo de ação, ou seja, antigos amigos se escorando sobre o nome do parlamentar para tentar abrir portas (escusas ou não). ;Mas isso caberá a eles provarem que houve mesmo o uso indevido;, afirmou. Por isso, o relator trabalha com a hipótese de ouvir Moura, logo após a defesa oral de Paulinho. Nessa lista de depoimentos, Piau quer também ouvir Tosto, a esposa do deputado, Elza de Fátima Costa Pereira e o coronel da Polícia Militar, Wilson de Barros Consani Júnior. Mas lamenta o fato de o Conselho de Ética não ter poderes mais eficazes para garantir esses depoimentos. ;Temos que contar com a colaboração;, afirmou. Por isso quer dar seqüência a uma antiga proposta de fortalecer o colegiado, transformar o Conselho de Ética numa espécie de CPI permanente para julgar decoro parlamentar.

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