postado em 05/06/2008 11:40
Em relatório separado apresentado à CPI dos Cartões Corporativos, a oposição pediu nesta quinta-feira (05/06)o indiciamento da ministra Dilma Rousseff por violação de sigilo funcional e improbidade administrativa pelo dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O relatório paralelo do DEM, PSDB e PSOL também pede o indiciamento pelos mesmos crimes da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, da diretora de Recursos Logísticos da Casa Civil, Maria de la Soledad Castrillo, e de José Aparecido Nunes Pires, ex-secretário de controle interno da Casa Civil.
Ao lado de Dilma, as duas servidoras são apontadas no relatório lido pelo deputado Índio da Costa (DEM-RJ) como responsáveis pela montagem e organização do dossiê anti-FHC. Aparecido, por sua vez, é acusado de vazar o dossiê para André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
A oposição sustenta que Dilma "faltou com a verdade" ao negar a existência do dossiê durante depoimento prestado à Comissão de Infra-Estrutura do Senado.
Ao todo, o relatório paralelo reúne 32 pedidos de indiciamentos de ministros, servidores do governo federal e ecônomos da Presidência da República (responsáveis por executar os gastos com cartões corporativos).
Gesto político
A CPI deve rejeitar o texto paralelo da oposição, uma vez que a base aliada do governo tem ampla maioria na comissão. Na prática, o voto em separado do DEM e PSDB tem apenas caráter político, já que o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) não pediu indiciamentos no texto final apresentado à comissão nem mencionou a montagem do dossiê.
A reação do DEM e PSDB foi provocada pelas denúncias de um "acordão" da oposição com a base aliada para encerrar os trabalhos da CPI sem conseqüências ao governo. Os sub-relatores Índio da Costa e Carlos Sampaio (PSDB-SP) nem chegaram a sugerir os indiciamentos na semana passada durante apresentação dos sub-relatórios da oposição à CPI.