postado em 05/06/2008 14:56
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) saiu nesta quinta-feira em defesa da colega-ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) em relação ao caso VarigLog. Segundo ele, são improcedentes as denúncias de que a Casa Civil estaria à frente de um esquema de tráfico de influências para a venda da Varig. Mas Bernardo afirmou que apóia as investigações sobre as acusações.
"Eu acho que tem de ser esclarecidas essas que estão sendo colocadas, talvez a melhor pessoa para fazer isso seja a doutora Denise Abreu [ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil que denunciou o suposto esquema de irregularidades]", afirmou o ministro, que participou de uma reunião no Palácio do Planalto.
Bernardo afirmou ainda que a ministra já respondeu sobre o tráfico e negou as denúncias. "Uma coisa importante que a ministra Dilma disse ontem e que o juiz falou que o processo passou por ele, portanto, o governo evidentemente acompanhou [o caso] porque essa questão das empresas aéreas é importante e seria irresponsável o governo simplesmente não tomar conhecimento de uma coisa dessas", disse ele.
Ao ser questionado se houve tráfico de influências para favorecer um grupo estrangeiro a comprar a Varig, Bernardo rechaçou a hipótese. "A ministra deixou claro que o que foi colocado ontem foram declarações falsas. Evidentemente que não [houve tráfico de influências]", afirmou o ministro.
Bem-humorado, Bernardo evitou comentar se as denúncias atingiriam a eventual campanha política de Dilma para a sucessão presidencial em 2010. "Mas ela é candidata? Vocês ficam colocando ela candidata. Mas isso está muito longe. A eleição é em 2010", afirmou.
Em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal "O Estado de S. Paulo", Denise Abreu, ex-diretora da agência, fez denúncias contra a ministra Dilma e a secretária-executiva do órgão, Erenice Guerra. Segundo ela, a Casa Civil favoreceu a venda da VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros.