Politica

Ministro diz que Dilma é alvo político por coordenar obras do PAC

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postado em 06/06/2008 18:07
O ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, que as acusações de que a ministra Dilma Roussef teria atuado no caso da Varig só estão sendo feitas porque a ministra virou "alvo político" depois de ter se tornado a coordenadora das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). ;Conheço a ministra Dilma Rousseff a mais de 30 anos, convivi com ela em várias circunstâncias de militância e também de relacionamento pessoal, ela é uma pessoa obsessiva em relação à legalidade de tudo o que ela faz. E duvido que ela tenha acolhido, indicado ou orientado qualquer ato ilegal em relação à compra da Varig;, disse o ministro. ; Genro defendeu Dilma das acusações da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu. "Concordo com análises de que a ministra Dilma, pela competência que tem, e por ter se tornado gerente do PAC, vira alvo político. Mas isso da Varig, essa eventual acusação contra ela, se choca contra toda uma trajetória de vida;, completou. Denúncias A ex-diretora da Anac Denise Abreu afirmou que a Casa Civil favoreceu a venda da VarigLog e da Varig ao fundo Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros. Ela afirma que Dilma a desestimulou a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira dos três sócios (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a empresa, já que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias aéreas. A ex-diretora, que se diz vítima de uma armação, afirmou ainda que a filha e o genro do advogado Roberto Teixeira usaram sua influência para pressioná-la. Ontem, a ministra Dilma Rousseff negou as acusações de Abreu. "As acusações feitas pela doutora Denise Abreu são falsas´, disse a ministra. Ela afirmou que estranha as declarações da ex-dirigente da Anac, que inclusive já trabalhou na Casa Civil do atual governo durante a gestão de outro ministro, José Dirceu. "Eu queria destacar que este tema foi tratado no âmbito da Anac e também no âmbito do processo de falência da Varig. O governo teve uma grande preocupação com a falência da Varig e com a descontinuidade do serviço. As acusações serão respondidas no âmbito da Anac e do processo de falência", afirmou Dilma. Entenda o caso A VarigLog é a ex-subsidiária da Varig de transporte de cargas. A companhia é alvo de um imbróglio empresarial envolvendo o fundo Matlin Patterson e os três sócios brasileiros, que travam disputas judiciais no Brasil e no exterior desde a metade do ano passado. O fundo se associou, por meio da Volo do Brasil, com três brasileiros para controlar a empresa, mas houve um desentendimento na gestão dos recursos recebidos pela venda da Varig para a Gol - a VarigLog comprou as operações da Varig em leilão por US$ 24 milhões e depois revendeu a companhia aérea à Gol por US$ 320 milhões. Por conta das disputas judiciais, há meses a VarigLog enfrenta sérios problemas, como suspensão de serviços e arresto de aeronaves por falta de pagamento a fornecedores e prestadores de serviços. Os funcionários também estão com salários atrasados. Em abril, o juiz José Paulo Magano determinou a volta do fundo americano para a gestão da VarigLog e excluiu os brasileiros da sociedade. À época, o advogado Nelson Nery Junior, que representa o Matlin, informou que havia sido fixado pagamento de US$ 428 mil para cada um dos três sócios. Logo em seguida, o juiz mandou bloquear uma transferência de recursos da conta na Suíça da VarigLog para o Brasil e afastar Lap Chan, então gestor do fundo, do comando da empresa. Sobre isso, Nery Junior afirmou que o dinheiro seria usado na criação de uma linha de crédito para socorrer a empresa e não era uma tentativa de desvio.

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