postado em 06/06/2008 18:46
Inconformado com o veto do Diretório Nacional do PT à aliança com o PSDB em Belo Horizonte (MG), o comando nacional do PSB vai pressionar os petistas para que recuem na decisão. A idéia é insistir na coligação ampliada unindo os três partidos na disputa pela prefeitura da capital mineira. Líderes do PSB afirmam estar indignados com a forma como o PT nacional impôs regras que acabam atingindo também os integrantes do partido. Segundo os parlamentares, é impossível dissociar as articulações de Belo Horizonte com as negociações em São Paulo e no Rio.
Caso não haja acordo em Belo Horizonte, por exemplo, há quem ameace abandonar o PT para ficar ao lado do PSDB. É o caso do líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), que disse que seu partido vai insistir na coligação dos petistas com os tucanos, mas se não der certo, o PT poderá ser substituído.
"Vamos tentar até o último momento para que o PT venha a se coligar com o PSDB em Belo Horizonte. Caso isso não seja possível, nós [do PSB] vamos procurar o partido que for mais interessante. Este partido pode ser o PSDB", disse Casagrande.
Em Belo Horizonte, PT, PSDB e PSB articulam desde o ano passado para formalizar a aliança na disputa pela prefeitura. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o prefeito de BH, Fernando Pimentel (PT), definiram que o cabeça de chapa seria o empresário Márcio Lacerda (PSB), enquanto o deputado estadual Roberto Carvalho (PT) ficaria como candidato a vice-prefeito.
No entanto, na última semana o Diretório Nacional do PT reiterou a proibição à aliança com o PSDB. Mas como as palavras "veto" e "proibido" não foram utilizadas, a resolução foi interpretada como sendo uma flexibilização à ordem anterior que vetava integralmente a parceria. O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), não gostou da interpretação e voltou a dizer que a ordem era expressa: nada de coligação com tucanos.
O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disse que é impossível analisar o caso de Belo Horizonte desconsiderando São Paulo e Rio de Janeiro. "Não dá para discutir o caso de Belo Horizonte separadamente, sem considerar o Rio e São Paulo", afirmou o deputado. "Mas o que nos impressiona é que o PT nacional inventou uma nova regra que é dizer para o PSB com quem pode se coligar".
Em São Paulo, o PSB apóia a formação do bloquinho que une o partido ao PCdoB e também ao PDT. Segundo Casagrande e Albuquerque, a legenda defende o nome do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) como candidato a prefeito. Os parlamentares afirmam que a idéia é manter a coligação PSB-PCdoB-PDT, embora o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), insista em se lançar candidato à prefeitura paulistana --apesar de responder a uma série de denúncias de envolvimento em esquema de fraudes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No Rio, o PSB está aliado ao PCdoB. A candidata à prefeita pela coligação é a ex-deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Segundo Casagrande e Albuquerque, esta parceria também será mantida na capital fluminense.