Politica

Berzoini nega que veto à aliança PT-PSDB em BH afete relações com PSB

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postado em 06/06/2008 21:03
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), tentou nesta sexta-feira minimizar a crise deflagrada pelo veto à parceria com o PSDB em Belo Horizonte (MG) que gerou a indignação do PSB. Por determinação do comando nacional petista, os tucanos só poderão dar apoio branco (sem direito à coligação formal) à chapa que tem Márcio Lacerda (PSB) na cabeça e Roberto Carvalho (PT) como candidato a vice-prefeito. Para o PSB, essa ordem do PT foi uma ingerência às ações partido. "[Belo Horizonte] é um fato isolado em que temos uma divergência. Mas uma divergência dentro do que é normal para uma coligação eleitoral em uma eleição municipal. Isso não afeta as nossas relações do ponto de vista nacional", afirmou Berzoini, que foi convidado a participar de um seminário promovido pelo PSB em Brasília. No entanto, nesta sexta-feira dois dos principais líderes do PSB criticaram a posição considerada extremista do PT ao proibir a participação do PSDB no palanque de Lacerda e Carvalho. O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), e o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), reagiram à orientação petista. Casagrande e Albuquerque defenderam a presença do PSDB na aliança PT-PSB em Belo Horizonte. Segundo Albuquerque, da forma como o PT conduziu as negociações, outras virtuais coligações, como em São Paulo e Rio de Janeiro estão ameaçadas. Mas Berzoini preferiu evitar a polêmica. "O PSB é um parceiro histórico do PT, nós temos uma relação de cooperação de construção de socialismo no Brasil e, com certeza, esperamos fortalecer essa relação estrategicamente", disse o presidente do PT. Desde o final do ano passado, PT, PSDB e PSB articulam em Belo Horizonte para formalizar a aliança na disputa pela prefeitura. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), definiram a chapa e seus integrantes. Mas na semana passada o Diretório Nacional do PT determinou a proibição à aliança com o PSDB. No entanto as palavras "veto" e "proibido" não foram utilizadas por isso a resolução foi interpretada como sendo uma flexibilização à ordem anterior que vetava integralmente a parceria. A negociação envolveu até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que em entrevistas defendeu a parceria. Mas, segundo petistas, Lula não interferiu na decisão do diretório e da executiva do partido. Interlocutores do presidente disseram que ele não se empenhou nas articulações para evitar um mal-estar entre os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), que são contrários à coligação com os tucanos em Belo Horizonte.

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