Politica

Entenda porque Denise Abreu partiu para o ataque

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postado em 07/06/2008 08:53
Uma das grandes preocupações da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu não é simplesmente atacar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. E sim, salvar-se dos resultados de uma sindicância aberta desde setembro de 2007 pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, para investigar a conduta dos ex-diretores da Anac.

Segundo pessoas próximas a Denise, o temor é com os resultados da apuração, uma vez que ela teve dezenas de passagens pagas pelas empresas aéreas TAM e Gol na época em que passou pela agência. Denise chegou até a visitar o irmão na Suíça ; Olten Ayres Brito Junior é consultor da TAM naquele país. Ela também esteve em Seattle (EUA), na sede da Boeing, com o objetivo de avaliar uma nova aeronave para a Gol.

Isolada e sem prestígio no governo, Denise chegou a contratar o jornalista Carlos Brickman, especialista em crise e que já prestou assessoria para Paulo Maluf. A assessoria foi feita antes mesmo da entrevista dada ao jornal O Estado de S. Paulo, na última quarta-feira (04/06), na qual acusou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de ter pressionado a Anac para aprovar a venda da Varig para um grupo de investidores brasileiros e norte-americanos.

No início da semana passada, ela partiu para o ataque: conversou com parlamentares governistas, avisando que contaria detalhes dessa transação comercial.

Segundo interlocutores, Denise se sente sem anteparo do governo ; além do processo em curso no Ministério da Defesa, ela responde a ações na Justiça por suspeita de favorecimento de companhias aéreas. No procedimento sob investigação na Defesa, ela busca se resguardar jogando as companhias no meio do tiroteio. Denise arrolou, entre testemunhas, o ex-presidente da TAM Marco Antonio Bolonha e o atual presidente da companhia, David Barioni Neto, ex-vice-presidente de operações da Gol, para defendê-la. O Ministério da Defesa informou que a sindicância ainda continua seus trabalhos, sem data prevista para ser concluída. A reportagem não obteve retorno de Denise Abreu no celular e em sua assessoria.

;Isso é oportunismo político da Denise;, criticou Selma Balbino,
secretária-geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários. Mas o brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), confirmou ontem, em entrevista à Rádio CBN, que recebeu um telefonema de Dilma sobre a venda da Varig. O brigadeiro informou a ela o negócio era impatriótico. A ministra, segundo Pereira, disse que ele não poderia fazer esse tipo de comentário.

Veja essa matéria completa na edição deste sábado do Correio Braziliense.

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