Politica

Antiga CPI da Varig na Assembléia do Rio condena governo federal

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postado em 07/06/2008 09:34

O deputado estadual Paulo Ramos, do PDT fluminense, afirmou nessa sexta-feira (06/06) que a venda da Varig está recheada de irregularidades, atribuídas por ele ao governo federal e aos empresários que participaram do negócio. Ramos presidiu, em 2007, a CPI da Varig na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), que apontou a necessidade de investigação mais aprofundada da transação por parte do Ministério Público e do Congresso Nacional.

O relatório da CPI apontou uma orquestração, que passou por decisões de autoridades federais e pelo processo de recuperação judicial da empresa, para que o grupo comandado pelo fundo de investimento Matlin Patterson arrematasse a VarigLog da Varig ; para logo depois a VarigLog comprar a Varig. ;A política do governo não foi a de auxiliar, mas a de promover uma saída que passava pela venda da empresa para alguma das suas concorrentes;, descreveu o relatório de 90 páginas aprovado pelos integrantes da CPI da Alerj.

Na época, Ramos chegou a declarar que as investigações da CPI atingiriam a Presidência da República, mas explicou que a Alerj não teve condições de chegar lá. Ele disse, por exemplo, que o advogado Roberto Teixeira foi convocado para prestar depoimento, mas reivindicou o sigilo empresarial para se esquivar das perguntas. Amigo do presidente Lula, Teixeira defendeu o interesse de uma das partes na transação milionária.

Apuração
O depoimento de Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), chegou a ser aprovado pela CPI, mas a audiência não ocorreu. O ex-presidente da agência Milton Zuanazzi foi interrogado pelos deputados da Alerj, mas pouco colaborou com a apuração. ;Todas essas dificuldades revelaram a necessidade de a investigação avançar em outras instâncias;, afirmou Ramos.

Outro contratempo descrito pelo parlamentar foi o Poder Judiciário. A CPI conseguiu aprovar a quebra do sigilo bancário e fiscal dos três empresários envolvidos na negociação, mas, por decisão do Tribunal de Justiça do estado, não houve acesso aos dados. Durante os trabalhos, os deputados estaduais do Rio lançaram suspeita sobre os recursos utilizados no negócios, sugerindo que os empresários tenham atuado como meros laranjas na transação. A Varig foi arrematada por R$ 94 milhões e revendida por R$ 320 milhões.

Por causa da CPI da Alerj, encerrada em dezembro de 2007, Paulo Ramos foi convidado a prestar depoimento na CPI do Apagão Aéreo, então em atividade na Câmara. O deputado do Rio defendeu a abertura de apuração no Congresso Nacional. O relatório da Alerj foi encaminhado para o Ministério Público e para a Polícia Federal.



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