postado em 09/06/2008 17:04
O deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que relata o processo contra Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), no Conselho de Ética aguarda a defesa por escrito do pedetista. Piau disse que Paulinho tem até a próxima semana para encaminhar o documento, só depois serão iniciados os depoimentos.
O relator passou o fim de semana lendo os documentos e a análise feita pela Corregedoria Geral da Câmara. Segundo Piau, é um "vasto material". De acordo com ele, ainda não foi procurado por Paulinho nem interlocutores para encaminhar o parecer ou marcar data para audiência.
"O deputado Paulo Pereira está dentro do prazo para elaborar sua defesa por escrito. Até agora não fui procurador por ele nem por assessores, mas estou à disposição, se ele quiser informações", disse Piau.
O deputado pretende se reunir com o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), nesta terça-feira para definir o calendário de trabalhos sobre o processo contra Paulinho, acusado de envolvimento com um esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).
As investigações foram realizadas pela Polícia Federal durante a Operação Santa Tereza. Paulinho nega as acusações. Nesta segunda-feira ele reuniu os integrantes do PDT em São Paulo e também tratou do assunto. Segundo Paulinho, as acusações são resultado de uma perseguição política contra ele. Afirmou ainda que vai provar sua inocência.
Depoimentos
De antemão, o relator pretende ouvir, além do próprio deputado, o consultor João Pedro de Moura, preso em abril, que falou com o Ministério dos Esportes em nome de Paulinho. O relator quer ainda marcar depoimentos do coronel reformado da Polícia Militar Wilson de Barros Consani Júnior e de Boris Bitelman Timoner.
Outro que deve ser ouvido pelo Conselho de Ética da Câmara é o advogado Ricardo Tosto, sócio de um dos principais escritórios de advocacia do país, que também foi detido durante as investigações.
Na última sexta-feira, o ministro Carlos Ayres Britto, que relata o processo contra Paulinho no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou formalmente a abertura de inquérito para investigar as denúncias que envolvem o deputado. Mas decretou segredo de justiça.