Politica

Yeda trocará secretariado

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postado em 10/06/2008 10:07
Arrebatada pela maior crise política desde que assumiu, em janeiro de 2007, a governadora Yeda Crusius começará hoje a reestruturar o primeiro escalão e a definir o novo comandante da pasta de maior peso político: a Casa Civil. O PSDB pede o cargo para o deputado federal Claudio Diaz, que tem a simpatia de Yeda. A reforma profunda no governo foi afiançada pelos partidos da base no sábado. Em reunião do seu conselho político, a governadora mediu a temperatura entre os aliados, reestabeleceu os laços e obteve o sinal verde para fazer mudanças. ;A governadora já tem o apoio dos partidos. O secretariado será recomposto naturalmente;, disse o secretário-geral do PSDB e secretário de infra-estrutura e Logística Daniel Andrade. O principal nó da reestruturação é a Casa Civil. Depois de PMDB e PPS ocuparem a vaga, Yeda quer um nome de confiança e do seu partido para o posto. Em 18 meses de gestão, será o terceiro ocupante do cargo. Responsabilizado pela derrota na Assembléia Legislativa do pacote de aumento de impostos, em novembro, o deputado estadual Fernando Záchia (PMDB) foi remanejado para a pasta do Desenvolvimento em janeiro. Em seu lugar, assumiu Cézar Busatto (PPS), conhecido pelo seu perfil de negociador. Foi exonerado no sábado, um dia depois de o vice-governador Paulo Feijó tornar pública a gravação de uma conversa em que o ex-chefe da Casa Civil fala que Detran, Daer e Banrisul são fontes de financiamento de campanhas eleitorais. Desde o início da administração, os tucanos sonham com a Casa Civil. Ontem, a executiva estadual definiu Diaz como seu candidato. Amigo e conselheiro de Yeda, é considerado o tucano com melhor perfil para o cargo. O deputado foi um dos responsáveis, em janeiro, pelo acordo de paz temporário entre Yeda e Feijó que permitiu a viagem dela ao Canadá e aos Estados Unidos. A governadora gaúcha também oficializou uma força-tarefa para realizar um pente-fino nos órgãos citados pelo ex-chefe da Casa Civil.Promotores investigarão a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o Banrisul e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). A primeira ação da força-tarefa será ouvir hoje o vice-governador. Traição O ex-chefe da Casa Civil, César Busatto, afirmou ontem em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Detran, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, que foi ;vítima de traição; e acusou Paulo Feijó de querer enfraquecer Yeda Crusius para assumir seu cargo. No início de sua fala, Busatto, que depôs à CPI como informante e não precisou jurar dizer a verdade, citou trecho bíblico e afirmou: ;Fui vítima de uma traição. Recebi uma facada pelas costas, mas sobrevivi;. Já o vice-governador Paulo Afonso Feijó se defendeu em entrevista coletiva, ontem, das acusações de falta de ética pela gravação da conversa entre ele e Busatto. Feijó disse que sua atitude nada teve a ver com Yeda: ;Não tenho intenção em derrubar a governadora. Tenho interesse que nosso governo esteja com as mãos limpas;, disse. Partiu do PSol o primeiro movimento concreto para um pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius. Como gesto político inicial, a deputada federal Luciana Genro (PSol) escolheu fazer uma visita a Paulo Feijó, no Palacinho, e comunicá-lo da decisão. Os próximos passos dependerão da recepção de outros partidos à idéia do impeachment. Luciana já procurou representantes do PT. No campo jurídico, o PSol pretende ingressar com o pedido de impedimento de Yeda até a sexta-feira.

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