postado em 10/06/2008 11:19
A Mesa Diretora da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) analisa nesta terça-feira (10/06) o pedido de cassação, enviado pela Corregedoria da Casa, do deputado Álvaro Lins (PMDB-RJ), ex-chefe da Polícia Civil do Rio. O pedido foi entregue ontem pelo corregedor-geral da Alerj, deputado Luiz Paulo (PSDB-RJ), ao presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB).
Luiz Paulo disse não ter dúvida de que Lins quebrou o decoro parlamentar. "As provas são várias. Ele empregou três indiciados em seu gabinete. Outros quatro parentes dele ou do sogro dele foram indiciados. Três citados trabalham no seu gabinete", afirmou à Folha Online por telefone.
Para o corregedor, o interesse de Lins na nomeação de delegados da Polícia Civil do Rio continuou mesmo após ele sair da corporação e ser eleito deputado. "A conexão dele com a nomeação de delegados continuou".
Lins foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Segurança Pública S/A, mas foi solto por decisão da Alerj. Ele prestou depoimento ao corregedor na semana passada em sessão reservada em uma sala isolada por cordas e seguranças. No depoimento, o parlamentar alegou não haver provas concretas contra ele.
Ontem, o presidente do Conselho de Ética da Assembléia do Rio, deputado Paulo Melo (PMDB), afirmou que a decisão sobre o pedido de cassação de Lins deve acontecer o mais breve possível, em cerca de 15 ou 20 dias.
Operação Segurança Pública
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região decretou a prisão de dez pessoas, e o Ministério Público Federal denunciou 16, incluindo o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PMDB).
Para a PF e a Procuradoria, Lins e Garotinho mantiveram um esquema com policiais corruptos que protegia os contraventores Rogério Andrade e Fernando Iggnácio na guerra pelo controle de caça-níqueis no Rio.
Segundo a PF, o grupo utilizava delegacias estratégicas, principalmente a de Proteção ao Meio Ambiente, para as ações.