postado em 10/06/2008 14:34
O vice-presidente José Alencar defendeu nesta terça-feira (10/06) a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) das denúncias de tráfico de influência no processo de venda da Varig e VarigLog entre 2006 e 2007. Alencar disse que "ninguém no governo acredita que a ministra possa ter feito qualquer coisa que envolva erros legais".
Segundo o vice-presidente, Dilma tem um comportamento que todos no governo "admiram", por isso disse não acreditar que ela tenha usado de tráfico de influência para permitir a venda da Varig a um fundo internacional.
"Ela [Dilma] é legalista, intransigente em relação a questões que podem ser adotadas fora da lei", afirmou.
A ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu acusa Dilma de tê-la desestimulado a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira de três sócios brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a Varig, uma vez que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias aéreas.
Segundo a ex-diretora da Anac, a venda da VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros teve a interferência da ministra para que fosse executada. Abreu, que se diz vítima de uma armação, afirmou ainda que a filha e o genro do advogado Roberto Teixeira --amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cujo escritório era representante dos compradores à época-- usaram sua influência para pressioná-la.
A Comissão de Infra-Estrutura do Senado vai ouvir Denise Abreu nesta quarta-feira para que a ex-diretora da Anac explique as denúncias. Além de Abreu, a comissão vai ouvir outros ex-dirigentes da agência, entre eles o ex-presidente Milton Zuanazzi. A oposição se articula para aprovar uma convocação de Dilma na comissão para fazer um relato sobre a operação de venda da Varig.