Politica

Paulinho se diz vítima de campanha implacável de desmoralização pública

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postado em 11/06/2008 13:41
Em carta encaminhada nesta quarta-feira (11/06) à direção nacional do PDT, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (SP), comunica o seu afastamento da presidência estadual da legenda com o argumento de que precisa se concentrar na defesa do seu mandato na Câmara dos Deputados. Na carta, Paulinho reitera que as denúncias de envolvimento em desvio de empréstimos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) são fruto de uma "implacável, insidiosa e perversa campanha de desmoralização pública". O deputado nega ter cometido tráfico de influência para conquistar empréstimos do BNDES para empresas e prefeituras. "Sobre essas acusações, provarei a minha inocência", afirma. Segundo Paulinho, a vida de sua família foi invadida de forma "arbitrária" diante de acusações de crimes que não foram cometidos por ele ou demais familiares. "Nos obrigam a provarmos nós mesmos a nossa inocência numa absurda inversão de valores." Paulinho lembra a "perseguição" ao então presidente Getúlio Vargas, na década de 50, por "conservadores e inimigos do povo e dos trabalhadores". O deputado também cita, na carta, as recentes acusações contra o ministro Carlos Lupi (Trabalho), que o levaram a se afastar temporariamente do comando nacional do PDT. "Agora é comigo. Por quê? Porque querem tirar o protagonismo do movimento sindical do cenário político nacional. Querem atacar os direitos conquistados e evitar novas conquistas dos trabalhadores. Querem impedir a unidade dos trabalhadores através das suas centrais sindicais", afirma Paulinho na carta. O deputado diz ainda que, durante o seu mandato, liderou lutas "vitoriosas" aos trabalhadores brasileiros "contra a vontade e a campanha venenosa dos conservadores que preferem explorar os trabalhadores nas cidades e escravizá-los no campo". Paulinho afirma que, apesar das acusações, está disposto a continuar enfrentando no Congresso e na sociedade econômica e civil "todos aqueles que não gostam do povo e não querem que existam sindicatos fortes". Paulinho reafirma o seu apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ressalta que pretende manter as críticas à política econômica do governo --especialmente no que diz respeito à alta dos juros. "A política social [de Lula] não tenho como não apoiar, porque é redentora e só não é maior porque nos faltam recursos que ainda vão para bancos e especuladores". Paulinho formalizou o seu afastamento do comando regional do PDT e da Executiva Nacional do partido nesta quarta-feira, após ser pressionado por integrantes da legenda preocupados com o desgaste provocado na sigla pelas denúncias contra o parlamentar. O deputado vai ficar afastado das atividades da legenda enquanto estiverem em curso as investigações do seu envolvimento em esquema de fraudes no BNDES. "A verdade é uma só. E nela confio. Para me concentrar nas justas defesas de meu mandato e no desmascaramento das infundadas acusações, comunico à direção nacional do PDT o meu licenciamento da presidência estadual do PDT em São Paulo", afirma na carta. Em nota divulgada pelo presidente em exercício do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS), o partido argumenta que o afastamento de Paulinho tem como objetivo "preservar a sigla naquilo que a tem diferenciado ao longo dos seus 28 anos de história, qual seja o inabalável compromisso do PDT com os princípios da moralidade pública e probidade administrativa." Segundo Cunha, o PDT "nunca foi, não é e jamais será lugar para corruptos". O presidente da sigla argumenta, no entanto, que o afastamento de Paulinho "não significa condenação do deputado, o que seria inaceitável pré-julgamento". Cunha afirma que o partido reafirma sua decisão de não "compactuar com ilicitudes", por isso decidiu acatar o afastamento de Paulinho até que as acusações sejam esclarecidas.

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