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Venda da VarigLog foi monitorada por Dilma Rousseff, segundo dirigentes de companhias aéreas

Reunião que selou a venda da VarigLog para o grupo Volo do Brasil foi monitorada, por telefone, pela ministra-chefe da Casa Civil, segundo documentos e relatos de quem participou do encontro na Anac

postado em 13/06/2008 08:21
A retirada de uma representação no Ministério da Defesa contra Denise Abreu, então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), às 16h20 em 23 de junho de 2006, viabilizou a aprovação, seis horas depois, da compra da companhia de transporte de carga VarigLog pela Volo do Brasil, composta por um fundo norte-americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros. A negociação foi comandada, pelo telefone, pela própria ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que interferiu nas decisões de duas tumultuadas reuniões no segundo andar do ministério da Defesa para tratar do assunto. A informação foi confirmada por dirigentes de companhias aéreas que estavam nos encontros.

Participaram da conversa dirigentes da Anac e das empresas TAM, Gol e Ocean Air, além de assessores da Secretaria de Aviação Civil (SAC), diretores do sindicato nacional das empresas e até um oficial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Fontes do governo e das companhias aéreas garantiram que a retirada da representação demoveu Denise Abreu de exigir a comprovação da origem do dinheiro dos sócios brasileiros da Volo. A decisão possibilitou, seis meses depois, a compra da Varig. Após três meses, já em 2007, a Gol adquiriu a empresa.

Documentos entregues por Denise Abreu aos senadores e relatos de participantes das reuniões do dia 23 reforçam a denúncia da ex-dirigente da Anac de que houve interferência da Casa Civil para retirar obstáculos ao negócio. A representação da VarigLog contra Denise foi protocolada em 14 de junho e retirada em tempo recorde, menos de 10 dias depois. Os advogados da empresa, associados ao escritório de Roberto Teixeira, amigo e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusavam Denise, em oito páginas, de suprimir documentos públicos do processo e conduzir a Anac para uma postura contrária à negociação.

Leia a matéria completa na edição de hoje (13/06) do Correio Braziliense

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