postado em 13/06/2008 17:35
A CPI dos Cemitérios da Câmara Legislativa marcou para as 9h deste sábado (14) a retomada das escavações em suposta área de enterro clandestino do Cemitério do Gama. Nesta sexta-feira de manhã, após receber denúncia, um assessor do presidente da comissão parlamentar de inquérito, Rogério Ulysses (PSB), comandou uma ação em que foram descobertos restos de caixões e indícios de ossadas enterradas em área supostamente irregular. A diligência foi realizada com o auxílio de um trator da Administração do Gama, mas sem autorização judicial e também sem a permissão da Campo da Esperança Serviços Ltda., empresa responsável pelos seis cemitérios do DF.
Ulysses se responsabilizou pela diligência e disse que está respaldado pela Lei Orgânica do DF. Até o começo da noite desta sexta, houve impasse para que as escavações fossem retomadas. Mais cedo, a polícia havia isolado a área e proibido que o trator continuasse os trabalhos. Já era quase fim de tarde quando a delegada da 20ª DP (Gama), Waleska Romcy, chegou ao cemitério e não atendeu aos insistentes pedidos dos deputados, que queriam autorização para continuar as escavações.
Waleska disse ao Correio que foi até o cemitério checar uma denúncia de violação do local. A ocorrência foi registrada de manhã pelo advogado da Campo da Esperança, Paulo Castelo Branco. Só nesta noite, com o consentimento da direção-geral da Polícia Civil do DF, os distritais resolveram marcar, por conta própria, a retomada das escavações para este sábado. A polícia prometeu acompanhar a operação.
Membro da CPI, o parlamentar José Antônio Reguffe (PDT) criticou o procedimento realizado nesta sexta. Segundo ele, nem mesmo os deputados da comissão tinham conhecimento da diligência. Porém, o pedetista defendeu que as escavações sejam retomadas para que não haja alteração do cenário. "O procedimento foi errado. Essa denúncia tinha que ser dada ao conhecimento de todos os membros da CPI. Mas como constatamos restos de caixões e crucifixos é preciso continuar", disse. "A própria empresa deveria defender que fosse feita a escavação para comprovar que não se trata de uma área de enterro clandestino", completou o deputado.
Leia mais sobre o assunto na edição impressa do Correio deste sábado (14)