postado em 13/06/2008 18:54
O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, explicou-se sobre o que pensa a respeito das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em carta encaminhada ao vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Garcia disse que suas declarações sobre o assunto induziram o parlamentar a entender de forma equivocada sua posição.
"É possível que uma leitura truncada e ligeira de minhas declarações tenham lhe induzido a equívocos", disse Garcia, em um dos trechos da carta. Segundo ele, o governo brasileiro se abstém de "caracterizar" ações armadas estrangeiras. De acordo com o assessor, o governo não age como agência "classificadora", informou ele, no documento.
A carta de Garcia foi uma resposta ao discurso proferido por Azeredo na última quarta-feira (11) à tarde. Na tribuna do Senado, o tucano desafiou o assessor a "rever" sua opinião sobre as Farc como fez o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
"Seria bom que o Marco Aurélio Garcia também refizesse sua opinião e considerasse as Farc um grupo terrorista e não um grupo de oposição, como lamentavelmente costuma dizer", disse o senador, no seu discurso, na tribuna.
O assessor especial disse que em momento algum o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou as Farc como uma força de "combatentes". "Não atribuímos as Farc a caracterização de terroristas nem de combatentes", disse Garcia, na carta ao senador. A comunicação foi enviada nesta quinta-feira (12) a Azeredo. Segundo Garcia, ele não tem intenção de dar lições de democracia e de direitos humanos.