postado em 13/06/2008 20:11
Está diminuindo a oposição de parte do PSDB à candidatura do correligionário e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para prefeito. Com a proximidade da convenção do partido - marcada para o dia 22 -, uma tropa de choque foi montada para negociar com os tucanos que preferem a reeleição do atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM).
As executivas de todas as instâncias do partido decidiram entrar em negociação com cada tucano que apóia a aliança com o DEM. Recentemente, o presidente do diretório municipal da sigla, José Henrique Reis Lobo, se encontrou com o secretário de Esportes de Kassab, o tucano Walter Feldman, para tratar do assunto. O encontro pôs fim às farpas que ambos trocavam por meio da imprensa quase que diariamente. Mas o primeiro cacique tucano a voltar atrás e considerar a candidatura Alckmin foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ele, que também apoiava a aliança com o DEM, mudou de posição há cerca de um mês. Recentemente ele se encontrou com o governador José Serra (PSDB) para conversar sobre o assunto. Não foi coincidência a declaração do governador em que ele, pela primeira vez, admite que vai trabalhar pela candidatura Alckmin se ele for o escolhido na convenção.
Na quarta, Feldman foi com o líder da bancada do PSDB na Câmara Municipal, Gilberto Natalini -também kassabista e um dos 11 dos 12 vereadores que apóiam Kassab -, a Brasília conversar com o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra. Antes, cada um dos vereadores havia conversado com o Lobo e com o próprio Alckmin.
Desmonte
A reunião na casa do senador começou às 22h e só terminou por volta da 1h. Guerra não pediu aos vereadores que deixassem de apresentar a proposta de aliança com o DEM, que deve mesmo ser feita. O pedido foi que eles, se perderem a disputa - que é o mais provável -, assumam imediatamente o ex-governador.
Como Alckmin não vai desistir de sua candidatura, um racha depois da convenção desmoralizaria não só o partido, mas principalmente o ex-governador, que ficaria fragilizado até para disputar o governo do Estado em 2010. As partes chegaram ao consenso de que a disputa só prejudica o PSDB e o DEM, já que há muitos tucanos na máquina municipal comandada por Kassab. Se as tensões no partido aumentarem, a grande beneficiada seria a ex-prefeita e pré-candidata Marta Suplicy (PT).
Em público, os vereadores ainda defendem a aliança com o DEM, mas já abrandaram o discurso e dizem que estão considerando todas as possibilidades. Os kassabistas avaliam que, se deixarem de apresentar a proposta de lançar Kassab na convenção, eles é que sairão desmoralizados. O que deve acontecer, é a apresentação da proposta, mas sem o mesmo entusiasmo. Como os tucanos pró-kassab perceberam que Alckmin vai até o fim, é melhor se juntar a ele, ou podem ficar sem Kassab e fora do governo de Alckmin caso ele ganhe as eleições.