postado em 17/06/2008 12:28
Brasília - Os deputados decidiram cancelar a audiência pública na Câmara marcada para amanhã na qual seria discutida a atuação da empresa francesa Alstom no Brasil. A nova data ainda não foi definida.
Segundo assessores parlamentares, a audiência foi cancelada porque o principal convidado, o presidente interino da empresa no Brasil, Thibault Desteract, alegou não ter condições de estar em Brasília nesta quarta-feira, às 14h30. Anteriormente, a data prevista para a audiência era hoje.
A audiência reuniria o procurador do Ministério Público de São Paulo, Antônio Silvio Marques, o procurador do Ministério Público Federal, Rodrigo de Grandis, e o diretor geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.
De acordo com informações da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, Desteract informou que não participaria nem enviaria representantes.
A audiência foi convocada para apurar supostas irregularidades em licitações no Metrô de São Paulo e na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) durante administração do PSDB no governo paulista, além de processos de licitação em estatais paulistas. A reunião com os convidados foi sugerida pelos deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Francisco Praciano (PT-AM). Valente solicitou ainda uma série de pedidos para ter acesso aos contratos da empresa, assinados desde 1990, com o Metrô e também com outras empresas públicas vinculadas ao governo paulista.
As solicitações foram encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, ao Ministério da Justiça e também houve pedidos de informações sobre as investigações da Polícia Federal --realizadas nas negociações da Alstom com empresas públicas brasileiras, sejam as vinculadas à União ou aos Estados.
Segundo documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça, a Alstom pagou "gratificações ilícitas" a políticos do governo de São Paulo para obter o contrato de R$ 110 milhões. Os pagamentos de propina ocorreram entre 1998 e 2001.