postado em 17/06/2008 15:19
O presidente da Comissão de Reforma Tributária, deputado Antonio Palocci (PT-SP), garantiu nesta terça-feira que o governo irá desonerar os investimentos e a folha de pagamento do setor produtivo, mas alertou aos empresários que a velocidade talvez não seja aquela que os representantes da indústria desejam. "É natural que a indústria peça um nível de desoneração e é lógico que existem demandas que, em parte, podem ser atendidas e, em parte, não", disse Palocci, após participar do Fórum Nacional da Indústria, na sede da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em São Paulo.
Para Palocci, a conversa desta terça com os industriais foi de "boa qualidade" e o governo conseguiu mostrar que está avançando em vários pontos da reforma tributária. "Mas há pontos que dependem do processo da regulamentação da reforma. Ainda vamos negociar", disse.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, reconheceu que a reforma tributária se trata de uma "construção complexa". "Mas acho também que as teses que temos defendido estão triunfando", disse, citando a defesa dos direitos dos contribuintes, os limites para a carga tributária e a crítica à constitucionalização do "imposto por dentro", como no caso da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na conta de luz, por exemplo. "Mas como vamos torná-las efetivas, é algo que ainda terá de ser discutido. De qualquer forma, estamos avançando", comemorou.
O deputado compareceu ao encontro mais para ouvir as demandas do setor do que falar. Os representantes da indústria, então, aproveitaram a ocasião para expressar ao presidente da comissão que o maior temor em relação à reforma tributária é o de que haja um aumento da carga tributária. Palocci teria, então, comentado que a cada 10 projetos que chegam ao Congresso, nove têm como base o aumento dos gastos e que a justificativa dos proponentes é a de que as verbas necessárias sejam usadas com os recursos já existentes.
Palocci teria descartado também, a exemplo do que já fizeram outros representantes do governo, a existência de um limite de gastos do governo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), conforme sugere o setor produtivo. "O grande negócio é fazer uma reforma simplificada", teria dito o deputado.